REINO LÍRICO

'Toda a roupa recebe  a alma de quem a usa.'                   Mia Couto Um vestidinho verde-escuro ou 'oliva'...! Aquela peça, um vestuário apenas E tantos anos; 'passaram centenas'! Mas ao lembrar ainda cai saliva! E pros quitutes... vinham às dezenas! Como esquecer de noite tão festiva?! Marcado e 'solto' na memória viva Num 'sonho impúbere' que ainda encenas! A simples peça a transformou num passe A carruagem moranga e um pedaço ! Pratinho à mão e o vestido 'verde-alface'! No meio-fio a parecer 'compasso'! Fez que da escola eu também me lembrasse! Fada e madrinha que 'ousou' no regaço!

Serve para 'poetizar' essa vida e esse vasto mundo que tanto precisa dela! É pro mesmo que serve um poeta, a escrita, a fala... pra se comunicar, recitar, cantar e encantar! Serve para se falar o que se sente, deveras ou 'finge'! Para se escandir ou falar livremente sem palavras medir ou perder a ternura! Serve para se ler e reler até que se entenda com o coração...! Para se ler em leitura silenciosa o que se diria só com um simples olhar  ou clama em voz alta a emoção! Serve para se falar de amor, viver esse amor, imaginar, demonstrar, declarar, declamar e se realizar o realizando! Serve para se contemplar a alvorada sendo acompanhada por um canto-passarinho com o brilho e 'uma clave' de sol na janela! Ou para se fazer dum crepúsculo, o maior espetáculo da Terra... para se ver o 'nascer da Terra', plena e em pleno solo lunar caso 'enjoar'! É a forma mais barata, rápida de se viajar... voar sem sair do lugar indo onde se quer sem precisar de asas

O mar... Amar o mar! Ó mar...! O mar, o amor! Um mar... É mar, mar é! Ao mar...! Ó o mar, amor...! Ah, mar...! É mar o amor!

A partir dessa data declaro que não irei mais sofrer! E quando foi mesmo que isso começou... e pra quê?! Não quero mais sofrer por causa disso ou daquilo, daquele, daquela, desse e muito menos por isso! Chega de sofrer, de sofrimento, de dor, lamento, tristezas, angústias! Ah, sofrer...! Se um dia eu comecei com isso, um dia eu também posso parar, é só tentar... só querer! Mas que seja sem nenhum esforço, se não já estarei 'sofrendo' de novo! Custe o que custar, mas não queria ter que perder nada para não ter que sofrer com a perda...! Nada a perder, e o que se ganha em sofrer?! Se sofre pelos outros, com os outros, por um outro, por si próprio e por causa de alguém! Se sofre por amar e se sofre em odiar, também! Se sofre por alguma coisa que se faz ou por alguma outra que lhe fizeram! Pelo que ainda se possa fazer e já se vê sofrendo antecipadamente! Não sei o 'porquê' do sofrer... por que sofrer...?!  Há quem sofra sabendo exatamente o porquê e quem já vem sofrendo se

De mãos dadas poderíamos caminhar... seguir, prosseguir; eu diria 'que consegui'! De mãos dadas... sei lá! Poderíamos 'deixar de não ser' para finalmente estarmos e juntos deixarmos o verbo amar se conjugar...! Entrelaçar, unir, ligar... duas pessoas num mesmo espaço, estrofe, tempo eterno  e em uma só carne! De mãos dadas só para atravessar a rua ou seguir pela estrada da vida, cirandar, rodopiar, te segurar e não te deixar me escapar! De mãos, dedos, dados, reunidos, nos saudamos e vamos! De mãos dadas poderíamos deitar e rolar... Juntarmos nossas frontes como dois patinhos numa lagoa ou fonte(dos desejos!); De mãos dadas poderíamos até voar! De mãos dadas... que tal?! Pra sair por aí, ou só até ali no quintal... para a vida nos levar e nós deixarmos viver! Para me erguer, 'reerguer', me ajudar a acreditar, sem precisar pedir, pra te sentir, te manter por perto  e pra saber que posso ser feliz! De mãos dadas viver, morrer ou só caminhar! Só para começar e segu

Que se faz presente na forma de verso ou prosa! Que se mostra no 'bom' da própria vida ou a torna mais suportável reescrevendo-a em fantasias ou na forma de um salmo, provérbio, sermão, filosofia ou só num desabafo! Que já está aí desde que eu me entendo por gente ou que me chega de repente na forma de uma inspiração e 'me fazendo entender como poeta'! Foi a melhor coisa que me aconteceu mesmo quando se trata só de sonhos! Do amanhecer ao entardecer, como foi para Bardus Poétikus, no ar que respiro onde com os meus versos livres  construo meus castelos! São esses prédios, palafitas, estradas de ferro, trilhos, trilhas, toda a fauna, flora, faunos, ninfas, 'ninfetas',  balzaquianas, bacantes, todo o folclore e festejo pelos arraiais e outros carnavais! Arte que se torna presente na forma ou 'nas formas' de uma musa 'canonizada em vida' e que mesmo não estando de seu lindo corpo presente é vislumbrada em delírios, num sonho ou ao se idealizar! A po