REINO LÍRICO

Para mim, ‘estar em poesia’ É embarcar num trem azul Que sai da minha mente E me leva aonde for! Estar em poesia é estar em transe, Em ‘alfa’, num 'estado de graça' Até mesmo quando em desgraça, Transformando em verso cada lágrima Que escorra sobre o papel! Estar em poesia... Amar é... Viver poesia é assim que acordar E ver a luz do dia, esperar viver Um sonho acordado, esperar o melhor, O pior, o que tiver de ser, o 'será' e o que mais Se puder colocar melodia! Sentir poesia é o que se sente quando se está apaixonado E se faz amor! É como estar embriagado, febril e ferido pelo espinho duma flor! É andar de mãos dadas com o vento, com quem sonhamos E só possuímos em fantasia! Seguir neste mesmo trem azul que atravessa as nuvens brancas, Desce pelo arco-íris, passa sobre a linha do horizonte E libera brisa ao invés de vapor! Quem vive de poesia, vive dessa mesma brisa, vive de ambrosia E respira um ar cheio de amor! Vive à margem ou no centro

Acima de tudo, o meu Deus é amor! Ele que é Dono do ouro e da prata A Terra, quem a pisa, toda vida...! É a principal das muitas formas do amor, Evocado quando um aflito o ‘grita’! E ele o socorre estando bem presente Fazendo-o feliz e um abençoado!  Mesmo que numa coisa tão ‘profana’, Mas que é um Mandamento que se faz cumprir Na ‘figura’ da pessoa que se ama! Esse meu Deus é amor desde o princípio! O princípio de uma coisa sem fim! Sem ‘princípios’ e sim, necessidades! Dentre seus fins com ‘felicidades’! Meu Deus é amor, é sim, o próprio! Dono dos destinos, rumos tomados... Que não se culpa por um desencontro, Que não tem culpa se largam sua mão...! É esse mandamento que eu não ‘confronto’! 

                                                                                                                                                                                                                                       Itaperuna, RJ                                                                                                                                                                                                                                                                           Queria ser como essas borboletas...! Livres até mesmo em pensamento, Bonitas e esbeltas tendo mel Como principal alimento! Esguias, pequenas e ‘naturais asas delta’ Que vivem de mel e sem saber o que é fel! E a voar seja de alegria ou não...! Uma borboleta só conhece as flores Apesar de poder voar além desse jardim! Uma borboleta outrora uma lagarta E que hoje se assemelha a um serafim! Não pergunte a uma borboleta Onde nasce o sol, se hoje vai chover, Sobre os rumo

Poesia...se é 'a poesia', então ela é fêmea, é mulher em gênero, substantivo, número e em algarismo 'XX'! Por ser tão delicada, meiga, bela e enfeitada! Por gostar muito de flores e por se fazer necessária ou até se deixar ser usada pelo seu amante poeta que a escreve! Ela é uma mulher que se chama Adélia, Beatrice Du Portinari, Helena de Troia, várias mulheres para quem se dedique...! Que também atende por 'paixão', que se submete ao desejo e que e é escrava da emoção! Uma mulher que se dedica, se declara, declama e 'se inspira'! Uma musa que dá o ritmo com sua lira, uma ‘diaba’, uma traquina de sainha plissada, de chita e shortinho estilo 'paperbag'...! Uma mulher normal com suas 'regras'(gramaticais) Mas que aceita exceções! A apresentadora do jornal, a mulher de um amigo, a mulher que nunca tive, a que sempre sonhei e na cama que escolherei! A poesia é uma dama e o amor o seu par... De saia rodada, pombag

De onde vem a alegria do poeta e sua loucura santa que debocha da lógica e às vezes da métrica?! O que passa pela cabeça dessas criaturas que não fazem outra coisa senão rimar e versar?! Viver de brisa e alguns sonhos muitos dos quais nunca chegarão a realizar...! Que alegria é essa que faz poesia da realidade, que emociona e se faz canto que lembra prece e acalanto...?! Que contagia com todo o seu amor pra dar, distribuir e publicar... Digna de um bobo da corte e mais ainda de um menestrel! É a alegria de um orgasmo ao terminar um poema concebido a ‘jorros de verve’ que é capaz de reconstruir um mundo! Poeta que se deslumbra antes de deslumbrar...! Um poeta que chora quando se tem que chorar e ri sem saber o porquê ou 'ligar' para um! Essa alegria que comove, encanta, é de quem não sabe o sentido da vida, inventa um, pensa que sabe o que é amor e sempre cai na cilada da paixão! Alegria de quem sabe onde mina o néctar dos deuses, qual é o sexo dos an

Eu gostaria de só viver de amor! Só viver de seus momentos lindos, ternos e eternos! Viver só de flores e sem precisar de mais nada! Eu quero viver só de amor! Vendo a escassez do ódio e a multiplicação dos votos de felicidade! Tudo ficaria mais fácil e suportável se só vivêssemos de amor! Beijos e abraços seriam constantes, os pensamentos voariam distantes, mas sobre as cabeças nunca rondariam, intrigas, a guerra, a sombra da maldade... Ah, se fosse possível viver só de amor! Viver só alegrias como a que sinto quando termino um poema que nem é tão bom assim! Viver só de amor num mundo de ambição... O amor como moeda de troca e viver de amor ainda que não o veja ser correspondido! Ser como um colibri que se arrisca entre os espinhos para provar do néctar de uma roseira! Viver só de ficar admirando o seu cabelo, seu sorriso e seus vestidos! Viver de poesia à bordo de um trem azul! Viver e morrer de amor afogado num mar de rosas... Só andar nu junto de quem amo

Há tempos, não vejo mais o preto velho André sentado em sua cadeira... Naquela calçada, olhava quem passava e nem notava o tempo que não tinha, também passar. Eu passava, o cumprimentava, ele respondia... Tomava o seu café lhe negado em casa, mas lembrado por aquela amiga. Construiu um castelo pro seu descanso, mas vagava no ócio infinito. Seu legado será a sua luta e seus covardes serão punidos pela ira de Oxalá. Lá vem o preto velho André arrastando suas velhas sandálias no que restou de sua força! Querido de muitos Malungos no Quilombo da vida e tomando café na calçada daquela amiga. Lá se vai o preto velho André para o 'além tudo isso aqui'! Foi me noticiado que ele se foi, e fica esse 'Banzo em verso' em memória de seu eito.

Ó fascinante Elisângela...! Pelo menos sonhar eu posso! Fingir, delirando que a tenho Mais do que essa foto ou 'desenho'...! Vivendo num mundo só nosso! Ó radiante Elisângela...! Nesse lindo sonho nosso De unicórnios e outras histórias... Com seus beijos dentre as vitórias É a odisseia que quero e 'posso'! Ó deslumbrante Elisângela! Angelical é o brilho vosso...! Tão fascinante e radiante És deslumbrante e estonteante, Mas impossível esse amor nosso!

Obrigado Deus por mais esse dia de sol! Sol de cada dia e de todos os dias, Idas, vindas, voltas e reviravoltas ao seu redor! Agradeço por esse sol que ainda é o mesmo sol Sobre o meu amor, nossos momentos, E tão radiante quanto a alegria e a felicidade! Sol de Rá, Deus Tupã e do Império de um sol nascente 'made in Japan'! Sol de ‘Lúcifer’, sua estrela matutina...! Que banha também um presidiário e brilha a luz no fim do túnel! Sol do pobre e do milionário, do impiedoso, forte e fraco, E dos mansos que com certeza herdarão esse planeta que iluminas! Sol que diferente da lua só pode ser desbravado por astrônomos, Astrólogos e 'Ícarus'! Obrigado Senhor por mais esse dia de sol, pela chuva, pela colheita, Pelo céu, pelo mar, pelos biquínis e bronzes! Brilho de sol brilhando sobre uma gota d'água sobre a folha E reproduzindo um arco-íris que sai do vidro da minha janela! Sol sorridente desenhado no chão por uma criança banguela e inocente! Sol no

Eu amo Tu amas Ele ama Nós amamos Vós amais Eles amam! Eu amei Tu amaste Ele amou Nós amamos Vós amastes Eles amaram! Eu amarei Tu amarás Ele amará Nós amaremos Vós amareis Eles amarão...! E assim se conjuga... em qualquer tempo e por qualquer pessoa que o torne carne, 'carnes' que se conjugam e se tornam uma só...! Verbo que muito mais do que um 'verbo', deveria ser um mandamento e dos mandamentos, o maior!

Lá vai o trem de minério se embrenhando Na Costa Verde e levando de carona a vista azul Daquele mar! É o trem de minério que já levou o meu passado E, seguindo para o futuro com o seu apito poderoso, Tira do meu caminho obstáculos que só servem Para ser ultrapassados ou pelo menos vencidos! Ninguém impede o trem de minério e aço Que precisa chegar a tempo na estação das flores! O trem de minério também leva dois moleques clandestinos que fogem dos 'rumos da vida' E desperta todo o acampamento! Ele apita o seu gracejo e, com a cauda, as sereias Acenam para os seus vagões! É o trem de minério, da minha infância e lembrança, Vindo de longe para o seu destino... Trem de minério, de Volta Redonda e da minha poesia Para o seu Eldorado.

Quando te caluniarem, xingarem, lesarem, deixarem, Sem querer ou não, te esbarrarem...! Pisarem no seu pé, topardes numa pedra Ou mexerem com sua mulher...! Mesmo assim seja feliz! Quando o salário atrasar, algumas moedas num troco faltar, O pão cair com a manteiga pra baixo, Aqueles planos todos irem por água abaixo Mesmo assim seja feliz! Seja feliz como fazem os pássaros que voam sem motivo E cantam por nada! Seja feliz, pois se hoje você sabe de tudo isso, Do amanhã você não sabe, e deixe cada dia com o seu mal! Se passaram na sua frente numa fila, se não der pra passar naquela prova... Se não lhe derem atenção, se não gostarem da sua roupa ou zombarem Do ‘branco dos seus olhos’... Sorria e deixe que a tristeza fique contrariada fazendo assim a alegria de Deus, E aproveitando o jardim da vida que ela lhe deu apesar de tantos espinhos! Seja feliz mesmo assim, pois não custa nada! Eu recomendo, é benéfico, não tem calorias e é a melhor solução! Se brigou com a

Quando não faço poesia, procuro algo que me dê inspiração... não faço nada, mas desse 'nada' faço tema para algum novo poema ou canção! Quando não estou fazendo poesia, tenho como hobby 'viver a realidade', fingir entender até resolver transformá-la conforme minha vontade! Enquanto não faço poesia a vida acontece, tento viver o que é bom, mas também 'reciclo' o que me aborrece! As asas da imaginação ficam em 'modo avião', tento me manter em 'ócio criativo' numa 'abstinência de verve' que me faz encarar a razão! Não estou fazendo poesia, mas não deixo de amar, e se não estou fazendo amor, 'dou o meu jeito' ao me masturbar! Aproveito e corro para ver Adélia e aquele saião, mas se não a encontro é porque estou com os meus pés no chão... estando acordado e assim estando 'em repouso' toda a ilusão! Quando não faço poesia fica me faltando algo, 'alguém' e até certa alegria... mas logo recebo a visita de

Acordei...! Para mais um dia ser feliz Ou pelo menos tentar! Acordei para mais um dia de vitória Ou pelo menos para acreditar! Acordei como fiz ontem, anteontem E tomara-Deus que após dormir hoje, Também o faça amanhã! Acordei pra vida, pra encarar a verdade, O que houver mais lá fora e fora desse cobertor de lã! Acordei depois de ter sonhado com você E tantas outras realizações... Acordei...! E dou graças à Deus por isso, por tudo isso.... E apesar disso tudo, ainda ouvir minhas orações!

Às vezes me pergunto o que é amor E a resposta me vem em beijos, abraços, Ou na simples imagem da pessoa amada! O que é amor...?! Em tempos tão complicados de guerras, Intrigas, lutas e mortes por alguns trocados? Amor que se encontra num lábio, pensamento, Encontros e trocas de olhares. O que é amor não se sabe ao certo! Mas se sabe que é certo quando se encontra aquele alguém! Pergunto a um cientista que me apresenta uma ‘fórmula química’ Que só complica e evapora deixando no ar a questão! Pergunto a Deus que me transforma num poeta E me ordena contemplar a vida, e a resposta vem na forma de inspiração! O que é amor...?! Ela pergunta quando não entende o meu olhar. O que é amor...?! Eu pergunto e deixo o tempo explicar e mostrar! Quero saber o que é amor depois de tudo que já vivi! Procuro pela resposta nos sonhos, revirando sua gaveta de camisolas... Amor é uma coisa simples que se sente, se tem ou não tem, Pode se perder, querer, cheirar e provar! Amor se

Escrever é traduzir emoções, desenhar sentimentos, Grafar e gravar fantasias! Escrevo como quem canta e dança Independente de música ou acompanhamento. Escrevo, registro e publico minhas palavras ao vento! Escrever é falar com o pensamento, é se expressar sem usar a voz! Escrevo sobre musas, medusas numa oração aos Deuses, Rasurando demônios... Escrevendo eu sou o que não sou e tento te convencer com o que sou! Posso ser amado, feliz e ter um cavalo alado como o que Zanza tem tatuado! Escrevo sobre o inexplicável e a poesia é o que fica claro! Escrever poesia é cultivar mares de rosas num jardim com espinhos de paixão! É gozar na cama que escolherei, são os louros da vitória, procurar uma rima pra derrota E viver a vida encontrando um sentido ou não! É levar a público o seu íntimo, suas dúvidas e as certezas e incertezas sobre o seu amor. Escrevo poemas que não são poemas e sim sonhos, desejos, delírios, paralogismos E parangolés encadernados! Escrevo poesia desde

Deus está aqui, está ali  e está lá também! Deus está em todo lugar Desde o Alfa e o Ômega, Aqui, acolá...! No assim seja e no Amém!

Consequência de um amor com sabor de união e desejo! Um beijo que já condenou Cristo e é forte aliado da paixão... Um beijo era só o que eu precisava depois de pegar a sua mão!

E poesia, afinal o que é...?! Me pergunto e a resposta vem em inspiração, Verso ou prosa! Poesia que canta e me encanta a toda hora! Estudiosos não explicam, mas sábios e até profetas a utilizam! Poesia numa carta de amor, letra de samba, rock ou qualquer canção! Não sei ao certo o que é poesia, qual é a sua rima, mas sei que é a solução! Poesia é esse instante, pode ser o que ela quiser...! É o verbo, a carne, uma imagem, mil palavras e a prática do 'Mandamento Maior'! Ah, poesia escrita ou descrita, que se 'viraliza' e onde se visualiza Ou mesmo realiza o sonho mais impossível! Poesia concreta, minimalista, de escrita incorreta, intimista, egoísta e surreal! Poesia onde estarás afinal...?! Num hino, louvor, num gozo ou choro contínuo?! Com a pena de um anjo e escrevendo até sobre um mal que se faz! É poesia os dias de sol, o cheiro da chuva e o arco-íris de Oxumarê! É poesia o que faço, tenho em mente acrescento e acredito Em poe

Como o dia que se finda e o sol se põe para logo ter um luar! Como um rio que entre pedras serpenteia ou rasteja para também logo encontrar o mar! Como uma ferida que teve que se abrir para depois a gente sorrir ao vê-la cicatrizar...! Vai passar, vai passar...! Como a tristeza de um 'passamento' logo transformada em alento ao vermos essa alma uma nova estrela se tornar! Como o choro que dura uma noite para com a certeza de um novo dia, também passar! Como passa uma tormenta para a bonança poder chegar... Vai passar, vai passar...! Como as águas que movem aqueles moinhos que também não podem parar! Como uma dor de cotovelo que o bálsamo de um novo amor pode sarar! Como já passou tanta coisa pra gente ver a vida continuar...! Vai passar, vai passar...! Como passa tudo menos as palavras daquele que sempre esteve a nos guiar!