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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

A FOTO

Que sabor terá aquela boca... Que cheiro terá aquele cangote?! Ela estampada naquela foto e alheia Às barbaridades daqui de fora! Ela com aquele sorriso iluminado Me ofusca toda hora! O que será que ela pensava... E do que estaria rindo?! Aquele retrato jovial funcionava como um bibelô, enfeitando meus dias sem graça! Que sabor deve ter aquela boca...?! E seus cabelos seriam tão negros?! Já abracei aquela foto e o seu calor ela não tem! Já lambi muito aquela foto, mas o sabor não tão bom assim!

CASTELOS

Como na antiguidade ainda se constroem castelos! Sejam de concreto, areia, cimento ou sapê...! Num castelo ou numa floresta eu quero me esconder! Construo castelos com sonhos que me vêm a cabeça E oportunidades que me vêm à mão! Mas muitas vezes ‘desmorono’ com qualquer abalo Que possa levar tudo isso à ‘ruínas de desilusão’! Construimos castelos com algum estímulo, uma palavras E só ‘um limão’!  Castelos são feitos de esperança, inspiração, transpiração, mão de obra divina, contos de fadas e outras histórias! Ela vive na torre de um castelo a espera de um amor... Eu me tranco nas masmorras de um castelo do qual eu já fui rei! Castelos evacuados são peitos de corações partidos! Castelos firmados e afirmados na certeza desse amor com um beijo! No castelo onde moro cabem desde a fantasia, meus medos e até a tristeza! Se constroem castelos que se levantam e se movem... São castelos em forma de ideias, pessoas, refúgios... Se constrói castelos com a ajuda da engenhar

ODE À ANNA JATOBÁ

Será que foi você, jovem, mamãe E árvore de madeira útil, De família de classe média E acima de qualquer suspeita?! Ou aquela madrasta má que adoramos idealizar Nos contos de fadas e novelas, Protagonizando uma tragédia que envolvia um anjo Arremessado de um sexto andar?! Foram vocês selados por uma jura E que, motivados pela loucura, reescreveram suas vidas comuns Com a tinta negra desses jornais! Não foram vocês que voltavam de um shopping, Celebrando mais um sábado como tantos outros anônimos e felizes! Não foi você que chorou, não foi você que jurou, Não foi você com aquela blusa de Mickey e nem você Em seu papel de papai! Carolinas que choraram pelo corpo de um anjo caído Jatobá de madeira de lei, encarcerada, decepada e "inútil" Como uma figueira amaldiçoada por Jesus! Não foram vocês naquele sofá, confortáveis e inconsoláveis, Tentando evitar o inevitável e explicar o inexplicável! Foram vocês no desconforto da caçapa daquele camburão, Seguind

A ORIGEM DO AMOR

Um sentimento ou algo que melhor se define em atos. Uma coisa, uma força misteriosa e poderosa que vem Pra somar, tomar, construir, melhorar ou modificar! Sua origem pode está num coração, num simples gesto, Num beijo, num abraço... Está diretamente relacionada a Deus, seus Mandamentos, desígnios e milagres! Um amor que chega, que surge, cresce, aparece, se personifica e 'modifica'...! Mistério para a ciência e ofício para uma puta ou um poeta... É mais amor quando vivido e correspondido! Se assemelha a uma doença quando paixão...! Doença de causa conhecida e curada aos beijos apesar de fatal! Esse amor que tanto se fala, faz, pede, cantam, querem, Mas não se compreende! Originário das entranhas de um sentimento profundo. Feito de carne, osso ou só de juras! Ele vem dum coração para um outro, do fundo d'alma, vem do nada, 'pode vir com o tempo', mas sempre deve ter estado ali! Sua origem é humilde, grandiosa e sublime... Ele vem das dores de pa

DO PONTO DE VISTA DE DEUS

Em posição privilegiada, acima de tudo, todos, Do alto, altivo, superior, humilde e maior Do que nossa insignificância pressupõe Deve ser a mesma vista que tem um montanhês, um pássaro, Um astronauta, o rei siamês e quem pode 'andar' de avião! Do ponto de vista de Deus, como seria a nossa arrogância, Pretensão e ignorância embaçando a lente de sua lupa lunar invertida?! É a vista de quem não vê cara, mas pode enxergar um coração De quem te acompanha sem pisar o chão, de quem pode enxergar o futuro, Não ver um passado e é onipresente, onisciente na invisibilidade da pouca fé De alguns irmãos! Visão privilegiada do fim dos tempos Enxergando sempre o lado bom das coisas na imparcialidade para com suas criaturas Sem esquecer do juízo para os maus! Como será o nosso amor do ponto de vista de Deus...?! As guerras pela areia do oriente, a política, a mídia, as microssaias, os regimes E seus dissidentes?! Tento enxergar, mas a fé não é cega, então me contento com es

E A FELICIDADE...?!

Está por aí, não está nem aí, Mas é logo notada a sua presença! Não tem como se disfarçar Poderia ser aquele beijo, esse dia, Um momento, algo em especial Felicidade agora e a toda prova Foi-se embora e a saudade no meu peito Não vigora e eu sei que vai passar! Felicidade como letra de música Assim como o amor, enreda poemas E idealiza nossa imagem de Deus! Felicidade esse céu azul ou mesmo num temporal Um estado de espírito, uma dádiva, independente e imparcial Canto dos pássaros, dos cativos, bêbados e inocentes No riso da menina, dos novos ricos, dos tantos pobres E da rainha, falsa demente! Felicidade, se existe, se manifeste na forma da pessoa amada, Me indique o rumo e o sentido da vida em sua encruzilhada Felicidade, um dom, um privilégio ou o que quer ou que se quer que seja! Carta de alforria, ampla anistia... Felicidade é o que podemos ser, ter, mas nunca comprar Felicidade é isso, felicidade sei lá! Palpável, tragável, virtuosa, tortuosa Felicidade

O INVENTOR DO AMOR

Também inventou o beijo, o mel, o sabor! Inventou o desejo, o sorriso e a dor Acendeu o luar, floresceu os campos E desenhou a mulher! Inventou o fogo, o vento nas saias, O esperma leitoso, a língua e os "grandes lábios" Quem inventou o amor está certo, mas em seu invento Não existe razão! Inventou os anjos, a camisola, tem a castidade da inocência, Mas permite a tentação! Inventou o bicho-da-seda, o pas de deux dessas borboletas O padê de Exu, as saias de normalista, Adriana e seus shortinhos clochards...! Quem inventou o amor também o chamou de poesia, Adélia, Michele, Elisângela Moreira e etecetera e tal! Não conhece o pecado, mas ama o pecador Conheceu a paixão, tem o reino dos céus e pode andar sobre o mar!

O POEMA

Hoje eu sou um poema para ser lido e relido Declamado, publicado, mas nunca editado! Um poema de amor, de esperança, Grito de guerra e louvor Escrito nas linhas tortas de Deus E musicado pelo banzo de meus ancestrais! Um poema ou manifesto revolucionário Para ser seguido e perseguido, incinerado Ou banido Um poema que fale de rosas e de espinhos E que, de tão genial, seja incompreendido e engavetado Hoje eu sou um poema sensível como uma mulher Sendo homem, sendo vice-versa e o tudo ou nada Composto pela emoção, sem as regras chatas e gramaticais Da razão Indo além da métrica com a casinha de Kansas No olho daquele furacão Um poema homérico e davídico, verso e prosa, Ritmo e parangolé! Sou um poema para ser e não ser, dar o meu reino por um cavalo E ir embora a pé para Pasárgada Um poema lindo de algum autor desconhecido e inacabado, De algum gênio consagrado, De domínio público e secular, de namorado bobo Ou de um trabalho escolar Hoje eu sou um poema de um