Pular para o conteúdo principal

DE SAIA...!

Se eu fosse mulher eu só usaria saias...!
Não me envergonharia das pernas,
valorizaria minhas formas e usaria de muito charme
mesmo que com um modelo mais discreto dessa peça!
Ah, mulher de saia...!
Que me perdoem as de calças, mas saia é fundamental!
Homem que é homem gosta de saia e prefere aquele vestido pecaminoso de Marilyn!
Pedaço de pano ou tecido metido a besta, envoltório, invólucro, parangolé...!
A mulher feita da costela de um homem e a saia da barra de um vestido!
Essa peça do vestuário que está na moda desde os sumérios
às passarelas entre tendências, estações, metrôs de filmes e  fazendo baldeação pelas Terras Altas escocesas, mas para onde eu não tenho o mínimo interesse de olhar!
Saia, só uma peça de vestuário, um mero pedaço de pano
que completa a mulher com sua feminilidade e frescor!
Saias que ocultam a pureza, mistérios, revestem
e as faz com que invistam no amor...que as envolve com encanto
e revelam o seu tesouro!
Saias que são rodadinhas mesmo sem suas donas serem bailarinas...
Rodadas, poéticas, redondilhas, livres, soltas, giratórias, giras e ‘Padilhas’!
Tão práticas e discretas quanto reveladoras...!
Tão básicas, comportadas ou transgressoras...
Como as minis subversivas de eternas jovens tardes, bela de jour... dádivas de Nossa Senhora Mary Quant e nascidas durante sua linda revolução de 64!
Aquela saia de chita para combinar com intenções de quermesse nos olhos,
Saias que mesmo longas e religiosas ainda assim são saias, não têm fundilhos
Ou qualquer empecilho para a minha fantasia e esse poema!
Saia de parangolê, de babado, godê...de bico, de pregas, lápis e da colegial...!
Ou do invólucro num lindo vestido como uma elegante dádiva do deus do amor!
Saia de Logun Edé, Ewá com Ifá, sua ‘masturbação’ e seus gêmeos Ibejis por baixo!
Saia não se usa, ‘se ousa’...saia não se tira se levanta!
Ce qui souléve le jupe...
Mulher que usa saia assume o risco do 'vento soprar', de ser despida apenas com um indiscreto olhar e de fatalmente apaixonar!
Saias que quase me deixam ver tudo, saias que quase a expõe...saia que quase não é roupa!
As mulheres usam saias para provocar, arrasar, pregar, escandalizar,
se respeitar, pedalar e mostrar....a que vieram ou só o seu lugar!
Pedaços de pano ou tecido, ‘meios vestidos’ e quase 'anti-roupas' que elas vestem e vão a luta...!
Saias que não são roupas e sim mais uma extensão ou parte do corpo delas...
Mais uma 'zonas erógena', 'circunscrição', atalho e tenda num caminho para uma doce perdição!
E que por não terem fundilhos são ‘práticas’ na hora do amor, mas como qualquer outra roupa só devem ser arrancadas num caso de 'emergência de paixão'!
Que hoje é 'unisex', 'transex', mais do que sexy, 'prafrentex', retrógrada, mas nunca dispensável!
Que reveste o baixo-ventre, encobre um ‘quarto céu’ e o inferno de amar...
Mulher só deveria usar saia, mas seja como estiver, ela cumpre o dever de encantar!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...