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POEMA DE BRIGADEIRO


Olho para o céu azul de um lindo dia
E sob o qual escrevo e canto um poema no mesmo tom!
Olhai para esse céu azul e me digas:
'Que problema consegue ser maior do que ele'?!
Esse céu azul como os olhos do Senhor,
Pintado pela fé de quem nunca o viu!
E como o mar sobre o qual ele andou
E que um dia para o seu povo se abriu!
Céu azul de brigadeiro, nuvens de algodão doce
E de um domingo sendo na verdade terça-feira
E onde em algum lugar fica a mansão dos mortos, o paraíso,
Outras moradas do Senhor, Sião, o Monte Olimpo, Aruanda
E o rancho das estrelas!
Céu azul de um dia claro e sol amarelo
Dia universal da poesia, da harmonia, do sorriso e da alegria!
E se vier a chuva, essa irá combinar com esse mesmo sol
E casará uma viúva e também um espanhol!
E em respeito a esse céu azul, só por hoje não vamos falar em guerra
Não vamos lembrar das mágoas, não vamos esquecer o riso
E 'dar bola' para a tristeza!
E assim como esse céu, que sejam azuis os nossos planos, desejos,
Intenções, votos, sonhos e a realidade
Um céu azul seguindo um trem da mesma cor!
E que com essa brisa se espalhe o amor que também está no ar,
E com essa tarde venha a esperança que sempre torna a raiar!
Ó céu azul de piqueniques americanos, churrascos suburbanos,
Da aurora da minha infância, dos lírios do campo,
Das aves que gorjeiam em todo canto e que não semeiam, não colhem,
Nem armazenam, e contudo, o Pai Celestial as sustenta!
Dos aviões kamikazes, discos voadores, das saias 'do Carmela'
E desses vestidinhos multi-coloridos e também 'soprados' por sua atmosfera!
É o céu azul de mais um dia, o primeiro do resto de minha vida
É um céu azul e acima de qualquer poluição, decisão, situação, oposição!
Mesmo céu acima do pobre, do rico, de quem me ama, ama a Cristo
E até aquele quem não!
É um céu de Ozônio, carbono, Éter, tinta de aquarela
E pluma de querubim para a felicidade assinar!.

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