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AS MULHERES DOS MEUS POEMAS

Ah, as mulheres dos meus poemas...!
Tão belas, tão poéticas e tão mulheres
como todas as outras!
As mulheres dos meus poemas são de meus poemas,
mas nem todas são, já foram minhas ou ‘só minhas’!
São de ‘domínio público’ mesmo sendo casadas,
me emprestadas de outros sem que estes saibam,
mas muitas são ‘minhas’ sem que também saibam disso!
Ah, mulheres de meus poemas...
mulheres que conheço 'sem que me conheçam'...
tão belas, tão poéticas, perfeitas e delas e com elas
faço 'poeticamente' o que quero!
São mulheres da minha vida, são 'mulheres da vida'
e que me matam de amor!
São mais belas do que de fato...!
Mas são reais, são aquelas que se apertam
e são apertadas nos coletivos da vida,
as que reclamam da mesma vida numa fila,
que saem pra ‘bater bunda’ com os shorts
‘emprestados das filhas’... são sérias, mas usam
‘saias bailarinas’... ‘igrejeiras’, brejeiras e soltas
num vento maroto e a masturbarem o ‘menino do meu olho’
com tal visão!
As mulheres dos meus poemas são mulheres normais,
e ainda nem são mulheres quando estão a ‘debutar’...
são lindas normalistas, mas ‘por causa da saia rodadinha’
e não por essa também linda profissão!
Vítimas de ‘inevitáveis’ e ‘inimputáveis’ ataques ‘anais-visuais’...
lindas e ’não ficam atrás’, sendo deliciosamente fatais e hediondas
em seu estranho costume de usarem vestidos e outras vestimentas iguais!
As mulheres nos meus poemas são terminantemente proibidas
de usar calças!
São ‘mulheres-anjos’ de baby-doll de Elisângela Moreira
que como os anjos, nunca pude ver,
mas que ela não pode me impedir de imaginar e fantasiar
Sua ‘transparência’!
São Adélias, Micheles, Elisângelas, Julianas, Rosemeres, Helanes, anônimas...
as mulheres nos meus poemas na verdade não existem,
não 'me são' possíveis!
Algumas já morreram e outras foram ‘canonizadas’ em musas
que cultuo em vida com o meu ‘religioso’ prazer solitário!
Elas também escarram na boca que as beijam, não cagam, mas magnificamente fedem,
têm bigode de groselha, calcinha um pouco velha...são bailarinas!
Prendadas, prendas domésticas e ‘despojos de guerra’...!
As mulheres de meus poemas não valem nada,
mas são lindas, não têm nada, mas são felizes,
são muito areia pro meu caminhão, e muitas são ‘movidas a gasolina’!
Elas também traem, se contraem, são por mim beijadas, possuídas, devoradas
e não sentem nada por causa da fantasia que é onde se dá o nosso amor!
Mas também são de família, fino trato, gostam de flores, são as próprias
e são cultivadas num oásis de um harém que possuo na Arábia Feliz!
Estão nas praias com suas bundas sempre sorridentes,
estão nos verdes campos e no verde das favelas ou 'aglomerados subnormais' sob um azul cabralino...e em todos os arraiais e cantos com os seus encantos!
Trabalharam lá na padaria e também tiveram que usar aquele lindo macaquinho quadriculado!
São dengosas mulatas cheias de borogodó e loiraças com ziriguidum!
São artistas, passistas, curdas, maoistas, ‘umbandomblecistas’,
Budistas, como vierem... e estão sempre como ‘vieram ao mundo’!
São dignas de todo respeito como todas as mulheres
E não merecem ser agarradas se assim não ‘quiserem’
ou ‘fantasiarem’!
Miscigenadas, ‘oxigenadas’, ideais, reais e endeusadas!
São das principais responsáveis pela minha poesia depois do amor
pelo qual também são responsáveis!
As mulheres de meus poemas são as mulheres de todos os poemas
e também são a 'própria poesia'!
São irreais e ideais...são o meu tipo de mulher...!
Loiras, africanas, pré-colombianas, indianas, fatais, balzaquianas,
‘botero-crumbianas’, reais...seja como for desde que sejam ou se pareçam mulheres!

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