saber viver ou não...!
Rimar, mas nunca ter uma solução!
Também tem que se ter um grande amor,
Não medir e nem tanto se preocupar com escansão!
Não se consegue ser poeta sem se assumir alguns riscos
como o de sofrer e morrer de amor, viver sua dor
e seus tantos caprichos!
Se quer ser poeta, lhe dou um conselho de amigo:
‘não me dê ouvidos’!
Comece escrevendo e vivendo ‘pela margem’...
mas se quiser parta do meio da folha, pule algumas linhas
e se perca em pensamentos!
Mas nunca faça nada disso sem inspiração!
Que possa vir a partir de uma bela visão ou até mesmo
de uma 'secreção'!
Tudo pode valer, tudo pode rimar partido do princípio da emoção!
Beba alguns litros de água de uma fonte de Utopia...!
Coma de um pedaço de ambrosia, uma fatia do pão que o diabo amassou,
do ‘pão dos astronautas’, sinta a maciez de uma camisola, seu fedor magnífico, regue a elogios as flores estampadas num vestido,
tenha, mesmo que rapidamente, um pouco da ‘barrinha’ daquela saia soltinha da Dona Helane esbarrada em seu cotovelo...peregrine pelo menos uma vez na vida até a Árabia Feliz, Pasárgada... respire o ar da manhã de uma paisagem que só está em sua mente,
a brisa desse mar e sinta o aroma dos lírios do campo situado nesse mesmo lugar imaginário e particular!
Para se ser poeta não é preciso um dom se se tem um coração e esse também saiba falar!
Para o 'ser' poeta não basta viver, tem que se sonhar e viver o ‘sonhar’!
Não se precisa de formação e nem tanta formação, mas se exige sensibilidade,
noções básicas de felicidade, experiência com o absurdo, uma caneta de qualquer cor
ainda que os versos sejam ‘brancos’, uma pluma de anjo torto, e que seja fluente
na língua dos deuses e da maldade!
Quer ser poeta...?!
Vá em frente, enfrente, olhe para trás e conte o que viu e viveu
para que dê um grande livro...!
Não se é poeta se também não se reviver o que já viveu!
o poeta é um privilegiado quando se vê recitado ou apenas citado,
e ainda vive mesmo se 'já morreu'!
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