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POEMA DE NÚMERO 1


Tudo isso é só poesia...

Não tem que ser alegre e nem triste!

Tanto faz se o que se fala ou escreve é 'de fato'

Ou ‘não existe’!

Não tem que ser levada a sério 

E nem deixar de ser apreciada!

É poesia pra ser lida, recitada e cantada

Poesia...!

Prosa, em prosa, verso estendido, escandido,

Rasurado, manuscrito...

É tudo isso e não é outra coisa se não poesia,

É tudo isso e não é poesia se não tiver amor!

Escrita, exclamada, declamada, suspirada, rimada

Ou não rimada, eis a questão e seja como for!

De corpo e alma, coração e mente, desse coração

Para ‘essas mentes’!

Mas é só poesia... nada pessoal...!

Nada contra e tudo ‘a favor’ do vento nestas saias soltas e à solta que se vê!

Versos brancos, mouros, bárbaros, corsários e satânicos...

Escritos num divã, de peito, livro e flores abertos para pernas cruzadas

Nessa mesmas saias soltas e ‘espalhadas’ lendo-os após serem lindamente impressos ou ‘postados’!

Ah... até ‘parece que estou vendo’... graças a mesma poesia

Que me permite sonhar!

Não me levem a mal quando parecer que falo bem do que é mal!

E não é para levar a sério quando eu estiver falando bem de mim!

É só poesia, lisergia... nothing is real...strawberry fields…!

Super-realismo, expressão automática do inconsciente, valorização do que é irracional e incoerente!

Pode ser assim, mas dependendo da emoção de quem a escreve,

Também pode ser ‘assada’, bem passada, al dente e num pão com gergelim!

A ave que gorjeia, o rio que serpenteia, uma das sete artes tradicionais, uma colegial tradicional 

E que ‘tradicionalmente’ se galanteia... o vai e vem das ondas de um mar que só imagino 

E o amor de um verão que ainda nem chegou...

A nuvem que passa, a chuva que cai, o arco-íris que risca, as estrelas que jazem 

E as montanhas transpostas na fé do cristão e de Maomé!

Tudo pode ser poesia, dá samba, rock ‘n’ roll, carnaval, fantasia e esplendor!

Tudo pode estar ‘azul’ mesmo sendo um dia de céu encoberto,

Pode se fazer a qualquer que seja a ‘distância’ uma jura de amor eterno!

Pode se dar milho aos pombos numa praça de guerra, 

Pode se fazer amor em solo lunar e de lá ver o ‘nascer da Terra’!

Tudo se pode com poesia, e Deus fortalece com inspiração!

É só ‘em poesia’ mesmo...

Todo impossível é possível...!

Exageros, absurdos, ‘licenças poéticas pedidas a Èsù'...!

Tudo eu posso, menos deixar de ser poeta!


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