O poeta ficou sem palavras...
E o que fazer, o que dizer, como escrever...?!
Um poeta sem palavras como irá sobreviver?
Palavras essas que lhe faltaram diante de algum fascínio...
Que lhe foram tiradas ou afugentadas por algum espanto...
Ou tomadas por algum outro poeta que o parafraseou!
O primeiro 'poeta sem palavras' da história usará gemidos,
Onomatopeias e o 'trincar' de um sorriso para compor um canto!
E a culpa é da vida, suas belezas, encantos, assombros ou 'banalidades'!
Ele terá que criar novas palavras, dialetos ou 'parangolés'
Para aquilo que não possa traduzir, resumir, definir, 'escandir'
E assim correr o risco de não ser compreendido,
Citado, mencionado ou 'falado' como acontece com todo grande gênio!
Palavras talvez perdidas ao vento por não serem ouvidas
Ou levadas a sério!
Um poeta que ficou sem as palavras que já lhe faltavam
Com sua pouca instrução e insignificância diante de Deus
E de todo esse universo sempre em expansão!
Sem palavras diante do nascer, pôr ou 'morrer' do sol...
De alguma outra obra, um elogio, do simples voo e adejo de uma borboleta
E do vestido da mulher alheia que passeia e o presenteia
Com o 'próprio invólucro' numa dádiva do Deus do amor!
Um poeta sem palavras, mas ainda um poeta...
Um Alafim dos Reinos do Borogodò e do Parangolè
Nas estâncias e distâncias entre as estrofes de Utopia!
Ele ficou sem palavras por causa do amor e sem ação nas garras da paixão!
Porque tudo ele ou alguém já falou, rimou e já é poesia!
Ficou sem palavras, ação, oração, tempo, métrica, escansão...
Mas lhe deixou esse texto com o que pôde fazer com sua emoção!
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