Pular para o conteúdo principal

A SAIA DA IRENE 2

Torno a vestir a saia de Irene...!

Escrever, recitar, usar, abusar, possuir, lambuzar

E vestir poeticamente!

Esse mero pedaço de pano com a incrível capacidade

De lhe revestir, esvoaçar... fazer alguém lhe admirar

E um poeta tentar exprimir ou experimentar!

Com uma natureza viva como estampa

E um dos seus 'sessenta e poucos' tons de paixão!

Um 'sudário' de toda nudez tão castigada e linda...

Jesus loves you more than you know. Uou-uou-uou!

Uma saia ou roupa que ela escolheu...

A saia da Irene flamula e ovula parecendo ter vida e desejo próprio 

Ou 'impróprio' naquele varal!

Uma saia soltinha de moça bonita girando, girando, girando lá...

Que ela usa de noite e de dia, pra ir ao sacolão, pro chá com as amigas, pra frequentar um sarau, 

Levar alguém na barra, e pro nosso namoro virtual!

Seguindo a tendência dos amores de verão, com intenções de quermesse

E de Marylin Monroe sobre o vácuo daquela estação!

Doe essa saia para alguém carente e sofrendo de desamor cheirar...

Se esta saia sumir do varal foi porque algum bom vizinho a comeu!

Saia que coube certinho em mais esse poema...

Um parangolè, do mesmo tecido de um lençol onde se sonha

E das cortinas sobre o 'solilóquio de uma bronha'!

Na saia d'Irene botiglie di vino

Na saia da Irene a tristeza se vai!

Comentários

  1. Lindas poesias Dan!
    Parabéns!Kakau Ferrari

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eita, Kakau... obrigadão pelo comentário e pela visita! Que bom que gostou, linda... um bom dia e volte sempre, minha amiga!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...