Pular para o conteúdo principal

IONOSFERA

O nômade dos desertos da lua

Calcando o concreto na teimosia

Da realidade nesse chão!

Uma senda, fenda, comportas e 'vulvas'

Entre as estrofes, espaço-tempo de outroras alegrias...

Pouco siso de sempre e tristeza de então!

Anjo em trombeta, tambores vudus, gongo e chinês!

Na fanfarra de deuses que se formam em mistérios para um mergulho na ionosfera

Até o âmago e 'Ômega'!

Imaginário coletivo que se choca em cometas...

A poesia com sua lira e seus vestidos florais!

O nômade desaparece com o seu cansado corpo celeste, 

Do radar quando feliz recitava seus parangolês!

Zumbis e gnomos se chegavam para um almoço com Faa!

E dum corpo(celeste) de musa, canibais e larvas astrais só queriam o filé!

Em nosso planeta nossas notícias desinteressantes interessavam... 

E em nossa órbita cultuávamos medos vistos à olho nu celestes e obscenos!

E o nômade lunar...?!

Agora é caixeiro viajante e andante que ofertava a própria alma e se instalava no primeiro inferno astral onde todo pensamento pode dar!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...