Pular para o conteúdo principal

MAR REVOLTO

Os camarões se rebelam...

E tomam toda a água salgada ou doce; se refestelam!

A orla, a borda, o bombordo, estibordo, o sei lá...!

Os céus se estrelam, astros que se entrelaçam!

Castelos se formam de nuvens... 

Caramelos se comem às pampas, na popa, na proa!

As guerras cavando suas 'campas'!

Camarões lindos coçam seus bigodes!

A revolução ou confusão que se deu no mar chegou até o sertão!

Onde se conclama um 'rebeirão'...!

Netuno se reúne com Aqueloo,

Sua filha sereia, anjo de topless, sem camisola, sem trombeta, com uma concha ao invés, tesouros no convés, convém... 

um barquinho vai... contas de Iemanjá, búzios, conchas de preamar, de Afrodite, cachos e caracóis de Adélia!

Soturno sol de um dia nublado que já quer chover!

O reflexo do luar e uma estrela cadente que se entorna e no entorno e na orla se torna estrela-do-mar!

Tartaruga gigante e mutante, coliformes termotolerantes que já 'perdem a paciência'!

Biquínis que amordaçam essas bundas também gigantes, abundantes e nunca trágicas! 

Rei morto, rei posto num castelo de areia!

A Teresa da Praia, o Velho e o Mar...

O plano é traçado na linha do horizonte ou na mesma areia!

Um 'Corsário jâmbico' e de ressaca da orla, a Pérola Faria e até um 'caranguejo retrógrado' participam!

É revolução das águas 'revôltas'!

É inundação de mar não para peixe!

As canoas se viram, se vingam os mariscos do rochedo! 

Estoura uma batalha naval e o mar revolto, bravio, é quem acende o pavio!

Embarcações afundadas de navios fantasmas vêm à tona e esquecem o medo da terra firme e tão dura 

E se revoltam contra os seres sem escamas e com seus esquemas!

As águas nos levam a pensar enquanto nos levam para o mar!

Se salgam ideias, se adocicam devaneios... 

as sereias se reúnem com seres de asas que não são de pássaros! 

A mitologia em polvorosa, o mar pra peixe e pra luar! 

A nuvem no céu, lustrosa! 

É revolução pela interação natureza-mar-relva-sertão...! 

E pra que todos se banhem querendo ou não!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...