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O EXÉRCITO VERMELHO JAPONÊS

Cabeças flamejantes, ameixas gueixas, 

Teatrais são as deixas, girassóis e caracóis astrais! 

Vi a uva viúva, sol e chuva e vias-lácteas hectares! 

Potrancas de shortinho dançando pelos aras estelares 

E pelos ares com uma bomba de neutrons xampus... 

Assim se vão os chefes de estado para o outro mundo 

Abrindo-se alas para carnavais e os èsùs como lixeiros alegres 

Limpando portas de percepção e encruzilhadas espaciais! 

Um grito de guerra se cala diante dum silêncio ensurdecedor 

De Creta um Minotauro sorrindo e do oeste um vaqueiro de botas 

Dirige um trator! 

Sai algo errado no pacto que Fausto fez... 

As caravelas seguem flutuantes e errantes com suas bússolas e GPS! 

Seguem com suas ofertas de três reis atrasadas 

Reis...! 

Antonieta e Maria-Flor, o universo e um Reino por um brioche, 

Por um cavalo doido ou de paus! 

Como das uvas proibidas com a cara e a coragem, 

O dorso, o 'gnomo', a rosa e a paisagem! 

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INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

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