Pular para o conteúdo principal

O EXPRESSO DE RETIRO 6('CRAZY TERÉM!')

O Expresso de 'Ritiro', Shangai ou da meia-noite... 

trem fantasma, matutino, 'boreal', sem destino, desgovernado, subversivo, sublinhado, e sob aquele sol da 'hora grande', que se escondia, 

se escandia ou 'escandinava'!

Parte e segue pela margem da folha emparelhando com a Arca de Noé, Barca Solar egípcia 

e o trenó do Papai Noel voando próximo à chaminé!

Trem expresso que para num cruzamento, circular e 'rodante' passando por uma encruzilhada, 'linha de umbanda',

E para seguir uma boa viagem, toma 'passes' em Aruanda com um bilheteiro ou 'cambono' 

fazendo a última chamada com uma sineta que 'lembrava um Ajá'! 

Pelo caminho de Santiago, das Índias, Rota Ho Chi Minh e todos os que levam a Roma!

E que segue com sua saga, epopeia, 'textão', por um poema em linha reta, 'semirreta', curvilínea, 

torta, pontilhada, 'pontilhão', certa, imaginária, na 'quadratura do círculo' ou 'pela tangente'!

- Tem gente...!

Respondo a quem bate na porta do toilet.

E ele segue... sem freio, sentido, lenço, documento... partindo da garagem abissal dum pensamento distante, 

dum inconsciente coletivo, 'lotação', pairando por uma 'ilha de edição', passando dos limites

e parando no 'pedágio da razão'!

Fazendo um 'Pontilhão aéreo' em terra firme no firmamento!

Trem da 'viação Santa Lúcia', Real Ita, CBTU, Marcopolo, 'da Omo', 'Coca-Cola' ou 'da Estrela'...

Que já Passou por Natividade, Carangola, e segue o curso ou 'Delta' do Muriaé River, beirando a loucura, desbravando, se embrenhando e engravidando uma zona da mata virgem, desaguando na Praia de Sahy com outras lembranças ou 'souvenires' e tentando chegar a algum lugar ou rumo dessa prosa(poética)...!

Trem das onze, de Jaçanã, Japeri, que passa em Deodoro, por aqui, passa da hora, do ponto, reticências, mas que mineiro ou 'norte-fluminense' não perde!

Nele Passa o filme da minha vida(melhores momentos) pela janela, onde estranhos sentimentos clandestinos tentam pegar carona!

Trem com 'lagarta de tanque da paz', toque alto de celular, 'sininho de zap', com lagarta do país das maravilhas e fumaça do seu narguilé, 

com apito de chaleira ao lado dum pão com café! 

Movido a impulso de trole ferroviário, calor de momento, gás de empolgação, com música de carro de boi, samba-canção, à empurrão de carro alegórico, 

com o batuque de suas rodas, das de um samba ou de 'turbulência' do avião, e com aquela pressa sem sentido horário do relógio lebre de março

que também tem o seu tic-tac, mas sem um piuí!

Trem, trem. Levou o meu bem! 

Trem da minha vida...

Metrô Linha 7.4.3, numa passagem de nível, 'buraco de minhoca', nas entrelinhas ou quase passando batido com o que se fica subentendido!

E que também passa por baixo de Marylin, daquele 'her dress' ou seu vestido!

Trem bala quebrando a barreira, 'barranco' ou 'ribanceira' do som e fúria dessa vida louca, quebrando ou escapando a rotina, e levando as coisas do meu cotidiano

com esses mesmos rostos em clichês, por lugares comuns, borogodós e parangolês!

Ao passar pela estação da primavera vejo Maria-fulô...!

Passa por uma estação espacial e avisto as Três Marias à olho nu de 'voyeur'! 

Por terras que não se pisa, 'onde o Judas', o vento faz a curva, num país sério e em Utopia!

Por um longo caminho, trecho, 'texto', descaminho, pedaço de um mau... 'pela BR 116' e que por esses caminhos talvez encontre ou reencontre aquele velho amor ainda vivo e 'a todo vapor'!

Até que num trecho, rapsódia ou caminho tortuoso, cruzo com Adélia naquela longa saia de linho e com aquele seu marido também imaginário!

Trem no qual embarca Zanza grávida de um quarto filho, 'extemporâneo', extraconjugal e do tanto que a citei em outros poemas e 'trechos' de outras histórias!

Lhe cedo o meu lugar e sigo para um vagão reservado para damas do lotação onde sigo em pé, mas ao contrário de importunar as 'letifico' com poesia!

E ainda pela janela, tive a impressão de ver Lili com aquele uniformezinho do Carmela(com 'Cinturão de Órion'), sozinha esperando um ônibus da Santa Lúcia...!

Também a vi num rosto perdido na multidão, no do guarda de trânsito, nos 'guard rails' da subida da serra, na mulher da vida, no das pessoas do povo, no da Adriana ou 'Didi', na meiga aeromoça, 

entre as varoas em seus parangolês longos, longuetes e em blue jeans, esculpido naquela nuvem que passa e vem na contramão, sua figura no lugar do Cristo de Itaperuna e no de Muriaé, dentre o deslumbre dos turistas no bondinho do Pão de Açúcar, 

no cardápio servido(café-com-pão-manteiga-não!), entre os lírios do campo e 'do significado de seu apelido em inglês', pelos outdoors, nas figuras de expressão locais, numa expressão de preocupação, 

no gado por esses verdes pastos com o Rei da Babilônia, correndo dentre as ninfas, naquela que acaba devorada por um sátiro 'num beco entre as estrofes', no nosso filho que ainda não veio e seu gêmeo que nunca virá... na rua ramalhete, num rancho fundo, numa casinha de varanda, pau-a-pique, 

na chuva, na fazenda, na moça da favela, na cidade grande e maravilhosa, numa parada em Além-Paraíba, além e no fim daquele arco-íris de um outro cochilo ou história em casa fora desse vagão, e dentro de um 'trole de Minas' junto com o ouro trazido dos confins do Noroeste com as Gerais! 

Naquela atriz do filme exibido no vagão, nos passageiros que embarcavam, se 'abarcavam' ou desciam...

nos rostos conhecidos que já não me reconheciam, dentre algumas professoras e colegas de escola ainda enfileirados na mente e que com outros rostos me confundiam, 

nos traços de uma tribo já extinta, num navio negreiro(onde todos tem um pé) e baldeando num trem pras estrelas!  

E a retiro do Muriaé com essa louca locomotiva... trem e café(também expresso) com pão, e que passa 'na toda' e com tudo o que passa!

E que me leva ao nosso destino, me conduzindo pela suas curvas, passando entre os seios, 'fazendo o mesmo caminho do embrião', e me deixando a seus pés e sopé do Monte de Vênus!

Com cheiro daquele Diesel, o mesmo 'de cozinha de lanchonete', de marmitex, gosto de corrimão, cheiro de braço, cangote, xampu, de 'guardado', de cama cama e xedô!

Sobre a linha de um bonde antigo e cuja viagem é de graça apesar de sua estrada de ferro ou 'vil metal'! 

Que traz saudade, mas leva embora a tristeza... meu trem de brinquedo, da alegria, papel marchê, superfantástico, de 'laranja lima', d'aurora da infância querida, de faz-de-conta, verso, prosa, daquela expressão local com os meus 'teréns' numa mala, que passa pela rua dos bobos e que não existe(mais)!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...