Pular para o conteúdo principal

A COROAÇÃO DO RINOCERONTE DO RISO



epílogo (será...?)


Comido foi o rei num gomo — tragado em polpa cítrica,

sem trono, sem testamento, sem nem deixar uma dica.

Borogodó coçou a orelha:

— “Quem manda agora na abelha?”

E a Tangerina estremeceu: seria caos? Ou mística?


Mas eis que surge Junior — o Rinoceronte do Riso!

Filhote? Sim... mas quem notou? Só o Dragão, indeciso.

Com chifre em broto e olho puro,

já foi chamado de maduro.

“É ele!”, disse a multidão. “O novo rei do improviso!”


Fanfarras riram alto, em tom de gargalhada bela,

os duendes garimpeiros nubígenos à passarela.

Com as normalistas do Carmela — colegas da Gi donzela —,

saia frisada em carrossel,

dançando ao som do Púrpura Fiel,

que fez a flauta soluçar a trilha da aquarela.


O casal do sertão aéreo — Catita e Zé Cambito,

voando em jegue etéreo, bordavam céu infinito.

A Babá do Luar chorava,

com o cacho de estrela que usava,

grudado em seu coque grisalho, num aplauso bendito.


Mas Gi? Ah, Gisele não veio, não dessa vez, não inteira.

Peter Pan soltou um suspiro: “Acordou... coisa passageira.”

A versão inconsciente dela

foi quem nos trouxe à passarela,

mas agora, a real, sentiu a mágica faceira...


Então mandou, com pressa mansa, a Musa do Azeite encantada,

de shortdoll preto floral, perfume de madrugada.

“Trouxe bombons pro novo rei,”

disse ao dragão com tom de lei,

“e me vesti assim porque fui chamada de emboscada!”


A Lebre de Março gritava:

— “Já estamos em abril!”

e os Guardas do Baralho ecoavam riso febril.

Vieram da Corte de Copas,

com botas e notas bem loucas,

pra policiar a razão e instaurar o sutil.


Novos decretos em blablablá,

anexaram Utopia,

e quem respeitar a lógica,

ganhará decapitaçãozinha!

Foi o decreto número três — escrito em tinta de maresia.


No varal, o vestido de Gi — a flâmula da fantasia,

tremia ao vento, tilintando, sua dança de magia.

Não foi Salomé quem bailou,

mas sua ausência nos encantou,

com o vestido sussurrando: "ela existe... ainda brilha..."


*Com Baba Gepeto!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

#POESIA

Ó poesia com que escrevo e expresso Sonho e transmito de uma forma escrita Na mente 'estala' e na minh'alma grita! E ganha forma, letra, prosa e verso! Fala de amor e o coração palpita A solução prum mundo tão perverso De forma online ou num papel impresso... Grito que acalma toda a gente aflita! Que em forma de uma inspiração se chega! Se transfigura num tão lindo amor! Faz suspirar, mas não porque 'se ofega'! Dá ritmo a um texto, uma nota ao cantor Paixão e delírio numa mente pega! Faz de um poeta a sua voz e autor!

COMPLEXO DO ALEMÃO

O 'complexo' Complexo do Alemão... Uma comunidade brasileira! Medo faz parte e é coisa rotineira! Tiro, porrada, 'granada de mão'! O complexo Complexo do Alemão! Que aglomera o que não se normaliza... Do teleférico 'choro' desliza! Quem tá em casa se protege no chão! No complexo Complexo do Alemão... Onde a maioria é trabalhadora Na realidade estarrecedora Que muitos veem na televisão! No complexo Complexo do alemão Passa o filme de uma guerra sem fim! E que não importando 'de onde é o estopim'... Sofre mais um dia de operação!

POEMA EM GUERRA

Enquanto eles pra lá guerreiam... Uma flor se abre em meu jardim! A noiva sorri ao dizer 'sim'! A chuva deu trégua e o céu se abriu... E aqui o clima é primaveril! Enquanto eles pra lá guerreiam Pombos namoram 'nessa praça', Um bardo leva amor às massas! Um grito pela paz 'eclode'... Sentimento em meu peito explode! Enquanto pra lá eles guerreiam ... Numa criança nasce um dente... Mais um sol se vai no 'poente'...! E mais um dia está por vir... E a esperança quer resistir! E enquanto guerreiam pra lá...! Eu fico aqui sem entender! Com versos pra me proteger! E apelando para a emoção... Vencer onde perdeu a razão!