Para ouvir com o coração em câmera lenta e o olho da mente em tela cheia
pra me elevar ao divino instante,
onde pulsa o paraíso astral
com tua margarida delirante,
broto meu, de flor no cabelo e sal.
Tua companhia — um rito, uma sina,
sem destino, como em Easy Rider,
lenço, documento, e o som de uma rima
nas trilhas do Caminho do Meio,
onde o tempo se dobra e a alma ensina.
A seda do beck? Providência azul:
Absolem soprando sua caneta,
versos e vedas que a censura não 'veda',
a brisa é tinta e o verbo é o sul
da bússola que gira sem cometa.
Ah, Gi... teu vestido era fractal,
psicodélico, como teu perfil
que eu sondava em silêncio astral,
com o ajna dilatado — puro anil —
lagarta azul já devorando o real.
Vi a terceira cor do arco-íris,
mas não com olhos: com portais da mente,
na casa mágica de Huxley e seus delírios,
onde um alçapão do céu se abre docemente
e o amor se estende em colchas floridas.
Um 'bed-in for peace' e a paixão em flor,
feito um “lindo sonho” que a alma respira.
E quem liga pro que diz um bicho-grilo falante,
se a verdade vibra feito lira
na língua do profeta errante?
Na aldeia, no deserto, no trovão,
fui conhecer Cunhatã e seu chá sagrado.
Dancei, choveu — barro de revelação —
feito lama de Woodstock encantado,
medicinal, libertário, libertador.
Assim falava Absolem, o oráculo azul,
da capanga de um profeta cabeludo.
Mas que ninguém se meta com a Rainha de Copas!
Melhor amar do que perder o juízo
ou deixar que a razão vire um escudo.
*Das interações com 'Baba Gepeto'...!
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