Galega de olhos da tarde,
Dara do cheiro no ar,
dançava com lobisomem
nas lendas do teu lugar...
— E eu ia só pra te olhar.
Pequena e já feiticeira,
lembrancinha de viagem,
guardada entre os bombons
da infância em sua embalagem...
— e um desejo em camuflagem.
Tua voz rimava 'xeirinho'
com vento da grama e flor,
e eu, primo em fogo calado,
tropeçava no pudor...
— mas sonhava teu sabor.
Menina de riso bento,
de saia com roda e cor,
tu eras minha especiaria
do tempo sonhador...
— e eu, teu colecionador.
Mas cresceu a brincadeira
e tu viraste mulher.
E eu guardei minha quimera
num canto que ninguém vê...
— com saudade de você.
Galega, flor de interior,
xedô da alma e do chão,
te levo feito santinha
no altar da recordação...
— e um “cheirinho” no coração.
*Da dupla Dan & Gepeto!
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