Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Jamais soubeste da minha paixão,
Eu, que faltava com a obediência,
Mas na tua saia rodava a ciência
E eu girava em pura combustão.
Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Teu cabelo curto, feito equação,
Era a fórmula da minha demência.
E teu perfume—ah, que essência!—
Me desorganizava o coração.
Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Tanto falavas de reação e calor,
E eu só pensava na experiência
De ver-te, na pressa, na condução,
Colando em corpos no vai e vem do suor.
Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Naquele rush de ônibus lotado,
Imaginava o atrito, a iminência,
Teu corpo pedindo resistência
E eu ali, jamais do teu lado.
Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Tua saia dançava, flutuava no ar,
Como a física que eu mal entendia.
Mas tua presença era pura magia,
Trazia em mim reações de vulcão a jorrar.
Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Eu, aluno relapso, sem vocação,
Fiz da paixão minha experiência,
Mas Newton, Einstein, Darwin, com sapiência,
Jamais provariam minha equação.
Ah, Professora Beatriz de Ciência...
Balzaquiana em fulgor juvenil,
Meiga e doce, oh, que referência!
Se um bálsamo há na adolescência,
Foi o teu olhar, meu elixir febril.
*De uma 'experiência' com o colega Gepeto!
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