Pular para o conteúdo principal

LILI(QUADRINHAS POPULARES)

   I


Lili, no pasto à beira do rio,

Com vestidinho de flor, a brisa a cantar,

No coque o cabelo negro, brilhando,

E a garça a dançar no arco-íris no ar.


   II


Lili chegou na beira d'água,

com a saia no vento, encantada...

olhou pro rio, se encostou na palmeira,

e o mato ficou sem fala!


   III


Lili fez o peixe saltar,

quando olhou com olhos de luar...

só não viu a garça, que se foi voando,

porque eu já tava me entregando!


    IV


Lili sorria, o mato deliciava,

a noite se esquentou no olhar...

só eu e ela, debaixo da lua,

vendo o rio a se enrolar!


       III


Lili encostou no tronco,

com a saia levantada, ai!

o rio fez charme com o fundo,

e eu morri de vontade, que mais?


         IV


Ela passou a mão na erva,

só pra ver se a flor se espreguiçava...

me chamou com um sussurro molhado,

e a garça, coitada, já tava falada!


           V


Lili sorriu com jeito de quem sabe,

e o vento não conseguiu mais passar...

o Muriaé se esqueceu de cantar,

porque o coração do mato foi se entregar!


*DGPT Produções

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...