Didi, Adriana, memória dourada,
Na casa da Dona Laura, risada encantada.
No sofá da minha bisavó te vi repousar,
E na minha sala, um tempo a dançar.
O short clochard vermelho em brisa a brilhar,
E a bermuda esquecida na cadeira a esperar.
Os anos 90 pulsando no som,
House music, batida que ecoa até o tom.
Teus olhos corriam, levavam mistério,
Um amor platônico guardado em silêncio.
A bola quicava, rodava no ar,
Enquanto o sol teimava em te iluminar.
Os discos clássicos que eu te mostrava,
Um pouco te impressionavam, um pouco te intrigavam.
E um dia, limonada espirrada na pele,
Pequena cena gravada entre as velhas novelas.
Didi namoradeira, risada solta,
Brincava de aula, prendia a volta.
Na agenda, rabiscos de um tempo vivido,
Hoje loira, no Facebook, perdido.
Mas lembro da moda, o clochard, o vento,
A menina que o tempo levou num momento.
E eu, com boa memória e rima tardia,
Te celebro agora, pura fantasia.
*DGPT Produções
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