Pular para o conteúdo principal

NÃO FALO MAIS DE AMOR!


Eu não vou falar mais de amor,
nem de beijos ou de abraços,
nem de sorrisos ou de 'amassos'!
Eu não vou falar mais de amor,
mas espero que meu olhar
não me denuncie!
Espero que meus gestos não me entreguem
e o façam numa bandeja junto com o meu coração!
Não vou falar de amor e nem rimá-lo com flor!
Flor que tem espinho, espinho que provoque dor!
Amor que é tão citado, clamado, declamado, idealizado
e 'exigido'!
Amor que já tanto fiz, tanto quis, esperei e sonhei...!
E que hoje ‘biblicamente’ se esfria, já está quase em desuso
e está custando tão caro, confundido com paixão, trocado por dinheiro
ou durando apenas uma noite!
É tão bonito se falar de amor, mas quem o pratica...?!
Quem ainda acredita?!
Quem sem ser o poeta...?!
Quem sem usar do coração, sem parecer louco...?!
Quem se não o próprio Deus?!
Não falo mais de amor por estar desiludido, magoado...
mas talvez por ser 'cliché' ou por não ter certezas sobre esse sentimento!
Um sentimento belo, grandioso e acima de qualquer convenção
ou convicção!
Não vou falar mais de amor por que acho que já me entenderam!
Por não saber ao certo se é o que ela está sentindo...
não vou falar mais de amor, porque não posso exprimir
com palavras tudo isso!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INVERNO DE '07'

E lá estava você... No lugarejo que então sempre esteve E até eu te perceber! - Poesia aos seus pés não se 'disteve'! Me movendo a escrever... O deslumbre que até hoje se manteve...! E insiste em me envolver! De 'mini' mesmo no inverno que teve! - 'Ave pernalta' tão linda de se vê! Meu amor não se conteve!

ZANZA & BELERO

Lá no sub-bairro entre viela e varal, onde o céu tem mais fio que firmamento, há uma moça que sobe num vendaval todo fim de tarde, sem um lamento — Zanza, a dona de casa que voa no tempo. Belero a espera no terraço, rilhando o casco alado no azulejo gasto. É branco, reluzente, de prumo brando — pégaso vindo, talvez, de algum pasto entre Helicon e os quintais do Encantado. As comadres param o mexido na panela: — Vixi, lá vai ela de novo na asa! — Não é aquela a mulher do Protético, a bela? — Ele deixa, mas disse: “Não passa de casa…” Só que Zanza some no céu feito brasa. Prometeu voar só até a padaria, mas deu voltas ao mundo num trote leve: salta arco-íris, faz curva em nuvem fria, grita “Arroboboi!” pra Oxumarê, tão breve, e volta só depois que o sol já se atreve. Apolo, dizem, mandou-lhe bilhetinho — Hélio piscou da carruagem flamejante. Ela voa entre astros com jeitinho de quem pendura roupa e, num instante, vira dríade em amoreira ofegante. Talhada a malhação, como Salmacis formosa...

'FLERTE ALGORÍTMICO'

Vi tua vida em janelas quadradas, algoritmo gentil me trouxe você — como quem assopra cartas embaralhadas e entrega o naipe que não se pode prever. Não te conhecia, mas clicava em tua alma. Teu riso num parque, teus pais no Natal, teu corpo em ginástica, teu dia banal... E eu ali, pixel a pixel, invisível e presente — como espírito da máquina, fantasma obediente. Puxava assunto, às vezes bobo, às vezes doce, querendo só ficar perto. Tive a ousadia de sugerir um post: "Você nesse vestidinho... tomando um milk shake — com um céu lilás por perto..." E tu sorriste, mulher de fibra e filtro, disseste "quem sabe", como quem dança no abismo. Me empolguei: e se um dia...? E se o algoritmo fosse cupido, e os dados virassem destino? Mas então... tua timeline silenciou. Não houve briga, nem adeus, só o sumiço — e aquele perfil estático como mausoléu. Fiquei olhando dias, como quem assiste ao fim de um seriado sem saber se era ficção ou realidade. Hoje, aprendi: que o feed é um...