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NA PATA DIANTEIRA DE UM ANJO

 

Ascendam as escadas pro sol

Ao encontro de 'eus' ou pelo menos do seu vulto ou vácuo divino 

Das mariposas tontas a cantar a selva as pampas às campas ou cemitérios... 

Não adentaram os peixes errantes sugados pelos ralos de condomínios 

As turbas ou turbantes elegantes sussurrando guerras pelos montes aos montes, 

Pelos nortes, distantes e com gigantes moinhos!

É do Oriente a paz que chega e se sente como nunca deixou de ser 

É messias a solução, não é tanque, não é fuzil e nem aperto de mão... 

O sublime se faz na indireção, alcança as mentes já possuindo algum coração! 

A pata dianteira de um anjo, eu seguro até alcançar a trégua. 

Da lua avisto a nossa casa e os destroços de outras relações... 

Abrigos nucleares anti-bombas anti-tédio e anti tudo... 

A menina me traz uma rosa, a tragédia deixa Roma em polvorosa e Pompeias pavorosas 

Último ato, acaba o mundo, dar cabo ao mundo, meu nome é Raimundo, sou touro valente.


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