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CAIPORA

Vou brincar com caipora o carnaval das fadas e seus esplendores invisíveis!

Aquele castelo medieval à beira-mar de águas passadas, 

é feito dos mesmos cristais incontáveis daquela ampulheta que delimitou o nosso tempo!

De cima duma 'árvore de possibilidades' pude contemplar paraísos além desse sol de contentamento!

Mas desnorteado ao sair do carrossel da mandala e das voltas do mundo... saci saciei minha sede

na sangria desse crepúsculo!

Na esquina de um mal caminho passa a colegial masturbadora em sua poesia axadrezada!

Um senso clandestino me alerta quando o trem da vida se aproxima de meu rumo!

Mas estou muito ocupado fazendo amor e não posso dar atenção a outros sentidos!

No fim do túnel há um oásis de sombra, água fresca, seda e renda no recato inconfiável daquela camisola!

E é preciso ser sábio pra se reconhecer um erro, ter coragem para assumir os medos; ser humano para admitir as limitações

e ser sincero para dizer 'eu te amo'!

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