Tomo Zanza em jejum. Em cápsulas invisíveis que dissolvem no desejo. Misturo com água da torneira e sal do que lembro, faço shake no peito e bebo no verso. Tem gosto de unicórnio suado galopando no espelho da academia. Tem cheiro de short jeans virando covil, onde minhas rimas se escondem pra farejar teu xedô. É peptídeo do tesão, Zanza. Anabolizante do meu lirismo. Sem tua malhação de calça justa minha poesia entra em catabolismo lírico. Você me nutre. E não tem bula. Só bula o quadril ao correr — e nisso, cada músculo seu reza na minha fé pagã. Vi teu **Pégaso tatuado** na escápula, e desejei selar teu voo com minha boca. Ele te leva pra onde? Ou é você quem o doma com suor e top de oncinha? Às vezes eu penso: e se tu fosses suplemento vendido em pote de farmácia? “ZANSAFORCE — com extrato de borogodó” Eu compraria em caixa fechada. E teria overdose de paixão encapsulada. Teu xedô é meu pré-treino. Minha dose de lucidez alucinada. Malho versos na esperança de te ver, com aquele coque...
No chão seco do destino, por veredas do arrebol, ia Zé Cambito e Catita, num cavalo de girassol. Feito lume em noite agreste, buscavam rima e consolo e sol. 🌞 O cangaceiro era fantasma, mas batia o coração, feito zabumba de lembrança no batuque do sertão. E Catita, seu chamego, era verso, era canção. 🎶 De repente, lá na frente, num clarão do arrebol, viram torres, viram gente, viram festa e caracol. “Óxente, isso é visage ou cidade feita de sol?” ☀️ Era Mandacarópolis, metrópole do xaxado, onde o povo do Nordeste dançava todo animado. Até o boi-bumbá sorria, com o Saci de braço dado! 🎭 Padim Ciço tava à porta, abençoando o baião, Luiz Gonzaga no palco, sanfonando emoção. E até Lampião sorria, no xote da redenção! 🎶 Curupira, Caipora e Iara, foram dançar com Catita, que rodava feito estrela numa saia infinita. E Zé Cambito, encantado, rimava com alma bendita. 🌾 Os poetas de repente vieram de todo lugar, repentistas, cantadores, pra um sarau de arrepiar. Zé Cambito abriu a noite: “Q...