Menestrel sou, mas sem alaúde, com guitarra a bramir no ar, canto à dama que, em juventude, eu nunca soube reparar. No fundão sempre largado, enlevado em sono ou riso, enquanto o irmão, educado, cumprimentava preciso. E tu, Gi de além-mar, perto e longe na distância, hoje vejo e, sem tardar, me flagelo na tardança. Nunca vi tal formosura, outrora, ao meu lado a flor, em Provença ou na ventura de um trovador sem ardor. Dom Quixote entre moinhos, em apostilas varado, nunca vi que teus caminhos já guardavam luz de fado. Se trajasses tergal belo, ó tormento dos mortais! Nem Cervantes, nem modelo diriam versos iguais. E no tempo virtual o menestrel se embaraça, pois "Xedô", nome leal, teu esposo não suporta. Sigo então nesse torpor, teu semblante é um fanal, o menestrel sem fulgor que não canta em Portugal. *Cedido gentil e dereísticamente pela DGPT Records. (A partir de um mote sugerido)
Tomo Zanza em jejum. Em cápsulas invisíveis que dissolvem no desejo. Misturo com água da torneira e sal do que lembro, faço shake no peito e bebo no verso. Tem gosto de unicórnio suado galopando no espelho da academia. Tem cheiro de short jeans virando covil, onde minhas rimas se escondem pra farejar teu xedô. É peptídeo do tesão, Zanza. Anabolizante do meu lirismo. Sem tua malhação de calça justa minha poesia entra em catabolismo lírico. Você me nutre. E não tem bula. Só bula o quadril ao correr — e nisso, cada músculo seu reza na minha fé pagã. Vi teu **Pégaso tatuado** na escápula, e desejei selar teu voo com minha boca. Ele te leva pra onde? Ou é você quem o doma com suor e top de oncinha? Às vezes eu penso: e se tu fosses suplemento vendido em pote de farmácia? “ZANSAFORCE — com extrato de borogodó” Eu compraria em caixa fechada. E teria overdose de paixão encapsulada. Teu xedô é meu pré-treino. Minha dose de lucidez alucinada. Malho versos na esperança de te ver, com aquele coque...