No Rio de Janeiro morava a menina Celinha Catita, dengosa e ladina Mas no peito guardava, num sonho guardado O sertão que seu vô lhe tinha contado. De sangue potiguar, coração aventureiro Queria pisar no chão brasileiro Do Seridó quente, do sol abrasado Das noites de lua, do agreste encantado. Numa noite formosa, no céu um clarão Que igual só se via nos céus do sertão Celinha dormia, deitada em sua rede Quando ouviu um sussurro, sentiu um arrede. Na janela surgiu um vulto alongado De gibão em farrapo, chapéu bem virado Era um cangaceiro de olhar flamejante Mas seu corpo era feito de sombra e semblante. “Sou Zé Cambito, do tempo passado Vim lhe buscar pro agreste encantado Onde o mandacaru floresce ao luar E histórias dormem no vento a soprar.” Celinha, curiosa, sem medo, sem pena Vestiu seu uniforme de cangaceira pequena Uma saia evasê, short clochard arretado Chinelo customizado e olhar animado. Montou na garupa do corcel xilogravado Que relinchou forte, de luz enfeitado E num galope ...
'Poeta'... Assim passo a me chamar e que assim passem a me chamar! Me chamo ou intitulo, 'rotulo'... Poeta fulano de tal.. o poeta da Silva e Vírgula da Palavra e Ponto! Passo a me chamar poeta sem depender de cartório, de forma informal, coloquial, livre, sem registrar, mas tornando publico! Poeta, antes do nome ou como sobrenome, ou sobre ele como rasura... Poeta como definição, categoria, gênero, número, grau e em 'nomenclatura'! Sem renome, porém anônimo com muito orgulho... mais uma 'algoritmo' num vasto mundo virtual, para alguém nesse mundo, e na fila do pão do céu na terra! Deixando o meu legado para quem for se influenciar, 'copiar e colar'... viralizando um amor do qual vivo e pelo qual morro num 'espólio' de domínio de quem ao pesquisar 'sem querer' for me encontrar! Poeta, agora me classifico mesmo sem ser 'de sobrenome'! Inspirado ou 'pirado', decantando musas de um amor-quimera, quisera, pudera... ...