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Mostrando postagens de dezembro, 2020

CEGUEIRA DE AMOR

É o tipo de 'cegueira' que deixa incapaz  De enxergar os espinhos, Mas me deixa hipnotizar pela beleza da flor! Com essa cegueira, não vejo os seus defeitos, Mas contemplo horizontes coloridos Da alegria de nós dois! Com essa cegueira enxergo no escuro a luz do seu olhar E não consigo ver mais nada a não ser o ‘tudo’ Que o amor pode nos dar! Nessa cegueira sou guiado pelo sentimento E atinjo o objetivo que é a felicidade! Nessa cegueira não existe lágrimas E qualquer ilusão se torna 'verdade'! Cegueira de amor e olhos abertos para paixão! E quem nos guia é o momento à caminho da luz da eternidade!

DAGMAR?

É tarde da noite, o telefone toca e eu atendo  Esperando que seja a felicidade, Mas não é... E sim alguém procurando, chamando 'não sei quem'... Uma tal 'Dagmar'... E quem será essa Dagmar?! Muitas pessoas entusiasmadas a procuram E só encontram o meu mau-humor com esse engano! E é tarde da noite, mas minha curiosidade já desperta... Talvez ela seja uma linda senhora que conquistou esses corações...?! Ou uma 'política' com suas relações?! São os seguidores de Dagmar me usando como 'moderador'...! E talvez ela seja a solução para essa gente e todos nós...?! Ou só um telefonema enganado e inconveniente!

CELULOSE

Com o que resta da tinta da caneta E do meu fôlego escasso de tanto te suspirar... Faço desse papel meu confessionário, Muro de arrimo e lamentações! Afogo minhas mágoas nessa tinta e 'celulose' E registro na areia da ampulheta os nossos nomes Sem as ondas do mar para apaga-los! Foi bom enquanto durou E terrível quando acabou! E devo começar do zero ou dessa 'margem'... Numa equação irracional ou história sem final,  Mas que não seja mal resolvida! Pobre coitado, largado, perdido E à deriva nas areias da praia do tempo! Eu grito e quem me escuta...?! Sou eu mesmo... A casa ecoa com o seu vazio! E nem esse papel aguenta... Se penaliza e também se torna mártir Ao se rasgar! E a tinta da caneta acaba...  Mas não acaba por esse amor O meu suspirar!

AS LAVADEIRAS

Nos ribeirões desses sertões Gerações e gerações de lavadeiras E canções! Com seus braços fortes e seios dançantes! São sereias e mães d’águas com seus cânticos Emocionantes e motivantes ao incentivarem as 'fias' Que já lavam suas bonecas de pano próximas! E pelo rio escorre toda a impureza E na roupa e na alma só fica a pureza Da inocência da mulher do campo! Elas lavam e lavam, cantam e os peixes acompanham! E elas pensam no angu que levarão pros maridos Que na ‘lida’ também se lavam, mas no banho  Do próprio suor! Inté que acaba a ‘lavanderia’ junto com a cantoria E com as bacias elas voltam pros seus quintais Com a certeza da roupa e almas lavadas nos varais E com seus sorrisos estampados, e de que aminhã Terá mais!

O JARDIM DAS HESPÉRIDES

O que ainda se pode fazer por essa tarde...?! Que assim como o sol também se vai, se esvai Dando passagem para a noite que também logo logo cai Para se levantar estrelas conspiradoras que depois também 'caem' Para me deixar com a esperança de um amanhecer que está por vir! O que ainda se pode fazer por essa tarde...?! Que como o sol também arde... Que como qualquer outra também é vespertina, Que deixará lembranças de pomos de ouro, ramalhetes,  Do Sacre Couer, 'Carmela Dutra' e do Clube da Esquina! A tarde se vai e o meu amor fica! Perdura diferente de outras coisas boas que logo se acabam! O que fazer para essa tarde durar mais um pouco E me dá mais um tempo para aproveitar ou viver?! Alguém pare essas nuvens, siga o sol, encubra a lua... Daqui a pouco isso tudo aqui é passado ou talvez 'nem isso' Se alguém não se importar! Uma tarde de filmes repetidos, novelas passadas... Porém nunca mais a teremos de novo principalmente se tudo mudar! Que a tarde se vá, mas ...

MULHER

Seu jeito de andar, de falar, De beijar, de gozar... Da minha costela e do meu amor Foi concebida sua flor! Seu cabelo me cobrindo,  Sua Vênus, meu Olimpo... Seu brilho angelical...! Meu sonho tão real! Que tem ‘luz entranhas’ Que és pétala mais frágil Que me completa nessa tarde Sendo a minha cara-metade! Que és lágrima e riso Foi Eva e paraíso... E de saia ou camisola no portão! Ninfeta ou já uma senhora! Inspiradora de romances E pinturas fascinantes... Meu delírio no poema, Protagoniza meus dilemas E é ela que 'ela é'... Conhecida por mulher!

"Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas.”

  A abóbora selvagem domada!  Plantas pela paisagem... vasto mundo  Perdoe-me por meus escândalos, minha juntas e atrofiações,  Mas ainda restam ambições!  O globo ocular terrestre, a besta campestre rupreste ruminante  Combina com o errante e paradeiro certo do seres estilosos  Em seus disco luminosos!  A cânfora atirada ao vento e dando as palavras que lá ja estão...  Palavras de amor, não qualquer palavra ou partícula de radiação!  As meninas dançam o funk da esperança em suas varandas e lajes verdes  E para o amanhã vou me esconder da tormenta nos copos d'água virados.  Agora me dá um arroubo de soluções não pensadas...  Vasto mundo e suas perdições,  Um homem bateu em minha porta...  As meninas agora pulam corda,  O céu azul feito ao qual vou me atirar  Sou peixe, sou abóbora sou uma estrela e filha do sol,  Com o amor...  Eu quero um pedaço de abóbora da mesma cor e gosto daquele shorts ...

LOUCURA DOS HOMENS

Arbor, ardor e calor  Coelhos que saem de tocas  Águas que minam 'rochas'  Gira a bailarina, a flor maria que brota...  Um céu intenso as sibilas em assembleia  Giroflá giroflê...!  Muitos neurônios se queimam como os 'fuzis' da Tv!  Gerando a poesia como sol e o nascer  Vem d'outra dimensão outras formas de encarar o ordinário  As copas do mundo, disputas em solo lunar...  Alguns flagelados de Marte também querem brincar  Que calor, ardor e trator...  Se constroem 'selvas' e rodovias de encontro ao passado  Tudo faz parte do espaço tempo  O coelho, o tatu, a dor, a rosa, o espinho, o unguento...  O tatuador que os tatuou! A vida inteira que acontece  Os rompantes, as ideologias... ninguém merece!  Tantos grilos, grileiros pelos meus quintais, minhas posses  Minhas fugas do fisco no meu olho cai um cisco...  Enxergo tudo de longe e de onde é mais seguro se ver toda essa loucura dos homens!

NATALINO

  Toda vez em que se aproxima um Natal Eu penso nos natais e 'fim de anos' passados! Seria o Natal uma festa cristã ou pagã...?! Sempre que penso no Natal, Eu penso num Bom Velhinho, seus presentes, suas renas E numa nevasca que nunca vi de perto  E que nem sei se cai onde o verdadeiro Dono da festa nasceu! O Natal é uma festa pagã onde todo bom cristão se confraterniza! Como chegar na época de natal e não lembrar daqueles brinquedos Que ganhava na época de infância e que ao longo do ano Iam quebrando até que eu ganhasse outros sendo um bom menino 'ou não'?! Diante de uma ceia de Natal, não deixo de pensar no Natal dos pobres E que também é o meu Natal, no Natal dos ricos, o de Faraó E o tempo das vacas magras! Quando chega o Natal eu penso e repenso tudo o que fiz E o que passou durante todo o ano! Me lembro de natais passados e passados com toda a família sem nenhum 'desfalque'... Não relembro apenas os natais, mas também os 'reveillons', E em particul...

NÃO SOU UM ROBÔ

E no final tudo leva ao amor Se pode sofrer se pode amar Se pode querer e se sentir dor. As sombras pelos vales e jardins As górgonas loucas a se embelezar...  Os rios diáfanos e um chafariz!  As conchas que se entoam e 'jorram do mar'...  Do Mar da Galileia, do Mar Egeu!  As trompas 'escalafobéticas', as nuances,  Os beija-flores, os ardores de peitos e corpos nus!  Tudo é amor ou sei lá... um chafariz as plantas que brotam,  As cachoeiras que também jorram conchas e véus de noivas...  As armas que sangram e as flores e odores que tomam o nariz!  Estou na praça de um sonho e daqui a pouco vou acordar!  Serei 'robô autômato' de qualquer patrão, um livre pássaro tonto sem direção,  A linda noite, o céu Bagdá ou sei lá...!  Estou respirando, um outro dia já fui ontem...  Já fui beija-flor e agora cotovia a beijar no céu dos errantes!  Onde se caminha com pés de paixão pra onde se arrebata e 'arrebenta' através de beijo...

QUEM AMA

Quero entender a cabeça de quem ama, Como se fosse possível explicar o amor! Vai se entender a cabeça de quem ama...! Tão inocente e pobre criatura que o próprio coração engana! Quem ama não sabe o que faz. Faz amor, comete loucuras... Vive céus e infernos, vai à lua, atinge orgasmos E ainda quer mais! Quem ama sofre de cegueira aguda, é um ‘romântico inveterado’, E não tem os pés no chão! Quem ama sabe perdoar, sabe o que é sofrer, mas não sabe perder! Quem ama morre de amor, por amor e se o seu amor lhe deixar! Vai se entender o coração de quem ama e que se parte, se arde e até sangra! Quem ama faz juras, escreve poemas, vive uma promessa e sabe(e não sabe) esperar! Quem ama brinca de ‘bem-me-quer’, não sabe ‘muito bem’ o que quer e muitas vezes Em sua escolha costuma errar! Vai se entender a cabeça de quem ama, sempre fora do lugar! Quem ama se doa, se perde, se permite, constrói e por quem ama se destrói E sempre encontra uma saída! Sonha acordado, tem um olhar distante e sempre es...

O HOMEM EÓLICO

Cansado de mim, de você, deles e de tudo o mais... Resolvi ser o vento, incansável, onipresente e indomável! E sou necessário e também não sou. Refrescos os ânimos e causo destruição. Eu sou o vento, frio, calafrio, calor do vapor! Sou tudo e nada ao mesmo tempo. Meus inimigos podem me sentir, mas não podem me tocar, E nem a tristeza pode me alcançar! Não dependo de estradas para seguir, não dependo de você para conseguir. Minha trilha está no ar, no mar, no ser, mas não estar. Se me zango, sou furacão, se te amo, sou brisa! Sou o vento, o hálito de Deus , ladrão de folhas, fios de cabelo, palavras E pudores de saias rodadas ou 'quadradas'! Livre, alegre ou triste, a minha sina é ventar! Sem origem, direção, nome ou religião... Sou de todos sem ser visto ou ser real! Só apenas vento, não tenho documento, carrego, conto e jogo  Os meus bens pela atmosfera e também atiro os males no espaço e tempo!

É AMOR OU NÃO É...?!

Como os meus olhos brilham, O coração palpita(‘salta’), Os hormônios se agitam, a mente delira, A boca saliva e com o peito suspira, Mas sem palavras se emudece! O jeito que olhas e seu olhar também brilha, O charme que faz e jogas, a maquiagem E roupa que usas e o 'disfarce que falta'! Nosso sorriso, aquele beijo, o simples toque, O abraço e até o ‘atrito’...! A eternidade de nossos ‘breves momentos’, A ‘coloração da amizade’ e da realidade  No sonho feliz desse envolvimento...! É amor ou não é?! Mas se não for então é ‘paixão’...! É fantasia, é desejo ou só uma linda ‘impressão’! O jeito que nos encontramos, nos entrosamos E a pequena lágrima que também rola com o beijinho de adeus! Como eu falo, ela fala e eu escuto, decoro, penso E não penso em outra coisa...! É amor ou não é...?! Se não for, me contento com o ‘pode ser’, Se não for, rezo pelo ‘será’! Se é amor... talvez o tempo dirá o que já evidenciam Nossos instantes!

DALVINHA

O mundo precisa saber quem é a Dalva da padaria...! Padaria do Seu Evaldo, que fica numa rua atrás da minha E onde também trabalhava a mãe da Andreza! A Dalva da padaria que só me atendia, mas nem meu nome sabia! Mas que eu sabia que ali trabalhava, que Dalva se chamava, Que tinha uma filha... não sabia onde ela morava, Mas sei o quanto me agradava com o tão pouco que me sorria! Ah, Dalva da padaria...! Que usava aquele 'short ou saia', aquele 'de praia'... o uniformezinho axadrezado, Tinha cabelo na cabeça, andava pra frente, era só uma pessoa no mundo E tinha o nome de uma estrela guia! O mundo precisa saber quem é Dalva da padaria onde vendia pão, Mas eu sempre comprava um 'cigarro amarelo' que nem era pra mim! Que foi ver o show da minha banda, o meu sarau, viajou comigo para Pasárgada, Maracangalha, Iorubalândia, planeta Vênus, Portugal... Japão! Até que eu finalmente acordasse para ir lá atrás comprar pão! O mundo precisa conhecer a Dalva da padaria...! Qu...

QUANDO AMAR É ‘PECADO’!

Amar pode ser pecado quando o amor não é correspondido, Quando o que ama é então traído tendo o seu pulso e peito abertos E o coração partido! Amar se confunde com um crime quando quem ama se sente condenado E encarcerado ao sentimento! Quando o mesmo se torna ciumento e sendo assim levado a uma loucura passional! O amor é um sentimento lindo, mas peca por não seguir uma lógica E induzir ao erro um coração também enganoso e que tende a se apaixonar! Se amar também for pecado, quero ser por Deus perdoado, mas não posso resistir a tentação! Quem ama, sofre, geme, ri sem motivo aparente e 'chora de alegria'! Amei, me descuidei e fui punido com os espinhos da flor, castigado pelo deus do amor E ‘executado’ por flechas de um cupido! Amar não é pecado, mas se for que eu escolha a punição...! Eu quero ser amarrado, tomado, coberto e consumido pelas chamas da paixão!

CALOR

Não me arde o calor dessa tarde Mais do que o fogo da paixão! Fogo de palha ou talvez não. Calor do momento que me arde E consome restando um lamento! Calor do fogo onde se forja o aço Intenso e propenso a propulsão Que joga o homem no espaço! Com uma pedra lascada ou duas ripas Esfregadas fez do mesmo homem O ‘pai da invenção’! E se criando ou destruindo, o calor Em chamas o faz consumindo, se alastrando e unindo Na centelha da luz na troca de olhar! Calor no fogo da guerra, no castiçal da luz de velas  Que também faz a reza...! Que ela sente na saia, que me toma o peito e arde a alma! Do fogo do inferno e desses dias de sol! E que não me arde mais do que o calor da tua presença!

A ROSEIRA DE OGUM

Vou sentir o perfume dessa rosa rubra e valente Como a espada de São Jorge e seu outro nome, Ogum! "A roseira é de Ogum", foi o que minha avó disse Ela foi dada ou consagrada a ele e assim O seu jardim sempre "vermelhou" Devo pedir licença antes de retirar uma rosa E presentear quem a mereça ou não mereça! Tenho que pedir benção à paz para que a primavera Sempre aconteça! Vejo Ogum em seu cavalo nos céus da esperança Santa Bárbara e seus trovões, Iansã na bonança! As pétalas dessa roseira sobrevivem a qualquer estação E, com elas, me banho de alegria e me deito no sonhar Sonhos floridos de amor e sem gemidos d’Áfricas E, em todos os cantos e terreiros do mundo, Ver brotar a linda flor da paz aromatizando de harmonia As almas, corações e "cavalos".

Ó

Ó sol da manhã! Ó pelo beijo matutino! Ó mulher da minha vida! Ó pela mulher daquela noite! Ó dia feliz! Ó pela bomba da ‘hora H’...! Ó de um alívio qualquer! Ó pelo bebê que quer mamar! Ó saia de colegial...! Ó no beijo roubado! Ó guerra sem fim! Ó capacete de soldado! Ó poeta de parangolé! Ó sabedoria popular e milenar! Ó do borogodó! Ó óculos da vovó! Ó quando gozei! E ó foi o meu clamor! Ó é a poesia! Ó pelo dia-a-dia!

POEMA CRISTÃO

Tudo e todos merecem o amor! Tudo que fala, respira, se mexe e se move... Tudo que pensa, suspira, deveras sente e se comove! Todo mundo merece o amor... Amor não se nega, renega, se negligencia ou ‘sonega’! Tinha que ser uma moeda de troca cujo valor Seria inestimável! É um mandamento e bem maior... Patrimônio imaterial e se for material Que seja um bem mais que durável! Não deixe fora do seu amor quem dele precisa, necessita E até quem 'não faça nenhuma questão'! Não sou eu quem está falando... Isso é uma ‘recomendação divina’... vem da Bíblia E com tudo o que Jesus fez até cair na ‘paixão’! Mas estou falando de amor... é de amor e não de paixão Seja ela qual for! Este sentimento que pode tudo e faz com caiba um mundo Num único peito... ou 'dois'! Todo mundo deveria pensar no caso do amor! Todo mundo deveria ver que essa é a solução! Ninguém deveria ficar de fora, todos devem aprender a amar Ou pelo menos a sorrir...! Só o amor constrói, só o amor pode unir! E unindo-...

INSTAGRAM

Eu te sigo até saber onde isso vai dar...! Guiado por esse tão louco e cego amor Que por tão linda imagem se deixa levar! Seguidor ou 'perseguidor'... seja o que for! Louco de amor... Me dê o nome que queira dar! Mas me responda, me dê atenção por favor! Eu te sigo sabendo que é uma miragem Que não passa de uma ilusão, um sonho de fã Mesmo sendo de carne, osso e tatuagem! Um fã e 'curtidor' que te segue com afã...! Que recorta até foto de reportagem E também te segue e persegue no Instagram!

O CASAL APAIXONADO

O casal apaixonado se senta à beira do lago... Caminha lado a lado, se beija e se abraça E ri do horizonte pisando as estrelas! Um casal apaixonado faz juras, esquece da vida E grava seus nomes na Árvore da Vida e na areia do tempo! O casal apaixonado vive um momento eterno Num sentimento mais do que fraterno... Se torna um mesmo ser e constituem uma geração! O casal apaixonado caminha lado a lado, Se ama, se beija, se deita e se mata... Vive de amor e em harmonia...! Se tornam duas crianças e brincam de ciranda E bem-me-quer!

O UNIFORMEZINHO DA PADARIA

BOROGODÓ! PARANGOLÉ! Era aquele uniformezinho daquela padaria... Que aquelas atendentes usavam abusando da minha fantasia! E eu podia ser mal atendido, que nem ligava...! Aquele uniforme xadrezado, perequeté, engomado, 'engordurado'... Sempre me alegrava! Me vê cinco pães, 'uma Dalva' e alguns sorrisos para viagem! E lá vem ela com aquela 'jardineira' sendo uma atendente, 'caixa',  'Vaso' e flor pra me atender e fazer amar! BOROGODÓ! PARANGOLÉ! As balzaquianas da padaria e aquele uniformezinho xadrezado  'Panificando' minha poesia!

O MISTÉRIO DA LIBÉLULA

Libélulas... Libélulas pra todo lado! Devem ter vindo daquele lago?! Lago...?! Que lago?! Então vieram de um outro lado! Lado oposto, acima ou rio abaixo da lei... Que lei?! Aquela que dita a dura forma de andar, De amar... Que amor...?! Amor de libélula para beija-flor! E o lado?! Tá do outro lado da vida e por baixo do vaso da flor! Que flor, que vaso?! Da libélula... do lago! Que libélula?! 'Anisoptera'... Ih, pois é...! Não há nenhuma libélula! Mas tava logo 'lago' ali... Onde?! 'Odonata'!

RETICÊNCIAS

O que foi feito daquele amor..?! De suas juras, seus votos, sua presença e calor?! Um amor que ainda pouco estava aqui entre nós... Nos mesmos lençóis...! Dividindo o espaço, selando uma união! Tanto amor que aqui jaz...! Após tantos suspiros, gemidos, carícias e sorrisos! Sem falar das declarações e as tantas coisas que não pude falar! Eu me pergunto o que foi feito de todo o amor que fizemos... De tantas coisas que um para o outro dissemos, de tantos sonhos Que sonhamos e de toda aquela vida que juntos vivemos?! Algo que começou como brincadeira, fogo de palha e paixão...! E que agora deixa de existir, de ser amor e sem qualquer explicação! Um amor que persistia e perdurava e que quando se feria cicatrizava ou superava...! Um amor que em seus dias brilhava como a meia-luz de suas noites Hoje totalmente em claro! E tudo isso acabou como um ponto final, ‘reticências’ ou 'lacunas'  De uma linda história ou poema! Se foi sem deixar recado ou retornar telefonema! Foi em direção a ...

CHEGA DE FALAR DE ELEFANTES

Gira o corpo humano em diáfanas nuvens Fulano e bertrano e Brecht E vi amebas graúdas num duodeno E o esquistossomo Aquarelas Bárbaras Barbarelas Fenobarbitais Eu vi a rocha oriunda dos mares no meio dos deuses Dos meros ou tanto faz! Na abóbada quadrada cabe elefante... Uma andorinha cantante e saltitante O globo terrestre e glóbulos vermelhos como o planeta Marte Sem homenzinhos verdes! Pelas caçambas de lixo devoro restos das guerras que fui! Por onde andei num tanque da "Estrela" ou d'outra indústria De brinquedos daquela Época revista... e revivida nesse infantilismo À bordo de mim sobre um fio de navalha, um lombo de bruxa, Sua gata e novelo!

ÁGUA VÍTREA

Somos coragem e um mundo a atravessar com Moisés Sem barreiras pedágios decretos e revés. Pela cidade seguem os mastodontes Possuem trombas, mas não são elefantes! Azula-se o céu do brigadeiro Sou marinheiro não entendo disso e também não sei nadar!  Vamos pra Roma com nossas bocas grandes, paramos na China e em Shangrilá!  Por um instante as trombas d'água descem do Nilo...  Chuvas que molham o mundo inteiro caem de um céu derradeiro, chuvas do Rio Ganges  De hindus com seus corpos nus e sua fé cega e nu...  Subia no topo do mundo procurando a verdade, vi braços e mãos dados de amizade,  Uma guerra fria finda um falso mundo de uma falsa paz,  Mas com o céu azulado com estrelas-do-mar e luas que têm os seus reflexos num lago!

GRIMÓRIO

Nostradamus com alface, um pouco de vinagre  Biscoito d'água e 'sol'  Ao velho oeste uma pitada al dente italiana...  Ressuscite Django e ponha um pouco de mostarda!  Godzillas chegam do oriente para brincar o carnaval da gente  As visões de Daniel reportadas num horário nobre e meu erário pobre!  As trompas magnéticas se preparam para trazer a luz minhas dúvidas  Divisões Panzer se aproximam da Câmara do Senado de Roma...  Do chão batido do meu sertão de onde não sou Nostradamus com cebola,  Mas agora um cachorro quente Coca-Cola e Frango Gate  Bill Gates open os Windows... Meu mundo terceiro ou terceirizado  E minhas mãos sujas de tanto não ter trabalhado...  Ocioso, espaço tempo onde as agruras e diabruras se dão o tempo todo...  A paz, rapaz... está morna e Nostradamus ao ponto!  Emerge uma sereia do Mar Morto, saboreio do pão da mesa de Abraão...  Nostradamus de novo com queijo, as fábricas de misseis, teleg...

ESSAS MULHERES...(PARTE 2)

Ah, essas mulheres...! Mais uma vez, de novo  E sempre serão essas mulheres! Que vivem, que querem, que podem E que me fazem querer! São essas mulheres  E ‘aquelas’ mulheres também! Ainda querem e sempre conseguirão Me enlouquecer! Sempre serão fatais, sempre tão especiais E que nunca me deixam esquecer! Essas mulheres, essas fêmeas, seus cheiros, Recheios e sabores...! Mulheres reais, dos meus poemas, dos meus sonhos... Com suas belezas e também ‘belas imperfeições’! Com seus vestidos soltos, agitados, 'agitadores', floridos E erguidos como lindas flâmulas do amor! Desgarradas de um rebanho de ninfas saltitantes, Foragidas de um ‘viveiro de anjos’... sozinhas esperando o ônibus da escola! Ah , essas mulheres... tão maravilhosas,  Porém que ainda mais elas querem! Não se contentam ou saciam... Querem mais do que podemos oferecer já que estamos Sempre a seus pés! Deborah Secco, Giovanna Antonelli, Elisângela Moreira, Helane Sias, a Dalva da padaria, fulana, bertrana, cicla...

DUAS LINHAS PARA GIRASSÓIS

Um girassol gira só Dois girassóis giram a sós!

O CARAMANCHÃO

O caramanchão da roseira cresceu E quer invadir minha janela...! E talvez queira me sufocar Ou me conduzir através de seus galhos Ao caminho da felicidade! Aquela pela qual tanto procurei Pelos vários jardins onde só encontrei espinhos E insetos que riam de mim! Mas esse caramanchão é a saída... Vou me pendurar nele! E quem sabe encontre o Éden além do arco-íris?! Caramanchão da roseira do meu amor... Viçoso, florido e plantado na esperança! Ó caramanchão, que sirva de ponte para o infinito E não me ferindo em seus espinhos Me leve a fina flor de um ‘bem-viver’!

A PAIXÃO EM PESSOA

Também chega de repente não mais que de repente! Também faz juras de amor e se apresenta como o 'próprio'! É a paixão em pessoa... Que surge na figura da pessoa amada, quem tem garras, Traz uma coroa de espinhos e vem num vestido vermelho Por ser um ‘substantivo feminino’! É a paixão que se faz de corpo presente e parece não querer Mais me largar! É a paixão em pessoa e a paixão por uma pessoa... É a 'pessoa da paixão' na pessoa mais linda que já vi e não querendo nada Se não a minha atenção, meus beijos, meu corpo e minh’alma! Ah, paixão...! Sua louca, traiçoeira, faceira, inconstante e fatal! Espontânea, impulsiva, controladora, deusa, opressora e temente A Baal! Ela tem calor, causa arrepios, arranca suspiros, roupas... tem fome, desejo, sede, Faz com que se ceda, 'exceda'... é seda, couro que também se arranca, se espanca...! Também é um sentimento, sabe o que quer, mas não tem escrúpulos e nem pudor! A paixão é alguém carente, mimada, amoral, imoral, indece...

O MAL DE POESIA

Sofro do 'mal de poesia'... E quem é diagnosticado assim, Vive de tentar expressar suas emoções, Segue sonhando acordado, zomba da razão E das 'razões alheias', e também sofre por amor! O mal de poesia é um mal dos séc’los  Que afetava os poetas do passado, os inspirando, Arrebatando e fazendo suas obras serem eternizadas! Quem é poeta ri de nada e chora com o ‘murchar’ de uma flor! O mal de poesia é um mal que se faz necessário para essa realidade tão cinza  E cada vez mais fria com a ausência do amor! Quem sofre de poesia delira e tem as alucinações das mais deliciosas! Fala em verso, canta, encanta, suspira e se masturba em louvor de suas musas  Tão intocáveis e ‘melhores’ assim! Fui diagnosticado poeta precocemente, ainda criança... Quando ainda acreditava na vida e brincava de 'faz-de-conta'...! Vivia a poesia que somente agora viria a 'encadernar'!  Esse mal de poesia que me faz tão bem...! Me faz sonhar, me põe ao lado de Zanza Moreira e como um ...

COMO SE FAZ AMOR

  Amor se faz aos beijos, Com toques de carinho,  Com declarações e juras, E pitadas de paixão ‘al dente’! Amor que se faz e que constrói! E que por ele alguém se desfaz... Amor que se faz e com ele se paga! Também feito do mesmo tecido dos sonhos E em formato de coração! Não se faz amor sem se entregar,  Sem a força do sentimento pra ditar, E se parando pra raciocinar! Também do mesmo tecido de lençóis e vestidos, Além de dois corpos, ele envolve emoção... Amor se faz na cama, no chão, na praia, 'na lama'! Pode também ser feito de ilusão, ideais,  Mas o seu gosto é de batom! Amor faz união, faz a força, faz votos e faz filhos! Amor ou paixão tanto faz! Com o amor me fiz poeta e do amor se fazem motivos! Amor não se faz sem algumas dúvidas, sem pecar E nem só de flor! O amor é uma aventura feita de sua própria certeza! Do amor o efeito é o sorriso ou ‘siso’... Tanto faz se é com amor que se faz! E o que eu faria sem ele?!

NABUCODONOSOR

Minha loucura é você Cada saliva e prazer! Vou me banhar no teu sol E na sua boca me perder! Me sinto criança lambuzada do doce Que é sua boca! Alegrias e assombros São os instantes em que fico com você Sou seu rei e aos leões jogo aos montes Os que conspiram contra nós Sou seu lacaio e vou correndo ao ouvir a sua voz Ó sonho meu que vens em forma de mulher... E me consome com chamas de paixão Que queima a cerca da fronteira nos limites da razão! Que delícia o fruto da Grande Árvore do nosso desejo! Que vai até as nuvens e o sabor é o do seu beijo Sou o leão que Brahma indiano por você! Sou o jardim, a estátua e o Morfeu!  Quem na barra da saia faz abrigo, Faz palácio... Quem te enche de manjar, joias E ‘amassos’! Sou sei rei coroado pelo amor... Sou loucura de Nabucodonosor!

O BEIJA-FLOR

  Olhai as flores... Sempre flores a colorir A paisagem apesar de sua realidade! Só flores pelo caminho, Eu gostaria de encontrar! Topar em flores ao invés de pedras Me ferir em espinhos, mas não sentir dor Devido ao aroma me entorpecer! Oxalá que o mundo se torne um jardim! Com buquês, arranjos, borboletas e afins! Um mar de rosas sem espinhos, jardineiras tristes Ou heras venenosas! Um Jardim do Éden com os caracóis dos cabelos de Adélia E sem cogumelos nucleares Me torno um beija-flor que apaixonado por toda flor Que existe saboreia o mel da vida pairando Junto ao amor que também está no ar! As flores que ainda existem me permitem sentir A essência de Deus e acreditar na vida e nos meus sonhos! As flores que vejo são cultivadas com esperança, ‘Adubadas’ com lágrimas e regadas aos beijos! Quiçá um dia o mundo com os seus quatro cantos e ‘canteiros’ Invista no cultivo de flores que enfeitem suas praças de guerra, Parando a ‘ceifa de vidas’, fazendo um cercado com seus fuzis E seme...